Comportamento

O que é agorafobia?

Mulher apressada verificando o horário no relógio de pulso.
Cast Of Thousands / Shutterstock
Escrito por Eu Sem Fronteiras

Quando falamos de fobias, nos referimos a um medo intenso de objetos, animais, lugares, situações ou ações das mais variadas naturezas. Mas o que é agorafobia? Quando se pensa em agorafobia, imediatamente se pensa em medo de multidão. Mas esse conceito vai muito além.

Você sabia que mais de 150 mil brasileiros sofrem de agorafobia, conforme estimativa do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo? O levantamento foi divulgado em 2022 e, infelizmente, a agorafobia pode afetar pessoas de todas as idades, mesmo que não tenham os mesmos sintomas ou os mesmos medos.

Por isso, neste artigo, entenda o que é agorafobia, quais são as causas, sintomas, como é feito o diagnóstico e o tratamento.

O que é agorafobia?

A agorafobia é um distúrbio caracterizado por medo e ansiedade acentuados desencadeados pela exposição real ou antecipada a uma ampla gama de situações, como:

  • Espaços abertos ou fechados;
  • Multidões;
  • Lugares fora de sua casa;
  • Transporte público.

Nesse sentido, algumas emoções como medo e ansiedade são gerados por estar sozinho em lugares ou situações das quais seria difícil ou constrangedor fugir. Assim, as pessoas que sofrem de agorafobia experimentam pensamentos de que algo terrível poderia acontecer com elas.

O significado de agorafobia é que palavra vem de uma junção dos termos gregos “agora” (lugar aberto, grande) e “fobia” (medo). Contudo a gravidade dos sintomas é variável, mas essa forma de fobia tende a ser considerada uma das manifestações de ansiedade mais incapacitantes, porque quem sofre com isso tem alta probabilidade de sofrer confinamento voluntário em casa ao longo do tempo (a menos que acompanhado), para evitar situações de desconforto ou pânico real.

O que causa agorafobia?

Não está claro o que causa a agorafobia. No entanto, muitas vezes, está associado a um transtorno de pânico existente. A agorafobia pode fazer você sentir medo e estresse extremos, o que pode levá-lo a evitar situações e limitar severamente sua capacidade de viver no dia a dia.

Homem tendo ataque de pânico.
LightField Studios / Shutterstock

O desenvolvimento desse transtorno está, portanto, intimamente relacionado ao aprendizado e gerenciamento das emoções: diante de uma situação em que nos sentimos mal, a resposta é evitá-la ou fugir, o que acaba perpetuando-a.

Sintomas de agorafobia

A gravidade da agorafobia pode variar muito de indivíduo para indivíduo. Pessoas com agorafobia grave podem não conseguir sair de casa, enquanto outras com formas leves podem viajar curtas distâncias sem problemas.
A maioria dos sintomas está associada ao medo de certas situações, tais como:
• Ter medo de passar tempo sozinho;
• Ter medo de sair de casa sozinho;
• Medo de espaços fechados, como cinemas, elevadores ou pequenas lojas;
• Medo de espaços abertos, como estacionamentos ou pontes;
• Ter medo de lugares dos quais é difícil escapar;
• Sentir-se desapegado ou separado dos outros;
• Sentir-se impotente;
• Sentir que seu corpo e arredores não são reais.

Algumas das sensações ao sentir esse medo são as seguintes:
• Frequência cardíaca acelerada;
• Hiperventilação;
• Sudorese;
• Náusea;
• Tontura;
• Sensação de asfixia.

Algumas pessoas são capazes de se forçar a lidar com situações desconfortáveis, mas ainda sentem medo e ansiedade consideráveis ao fazê-lo.

O que pode ser gatilho para as crises?

A agorafobia geralmente se manifesta a partir de alguns gatilhos ou situações que o indivíduo enfrenta em determinado local, como estar no meio de uma multidão ou, ainda, permanecer em ambientes fechados, como elevadores, teatros, cinemas e lojas. Mas também existem alguns fatores de risco, como:

• Ter um transtorno de pânico ou outras fobias;
• Responder a ataques de pânico com medo excessivo;
• Experimentar eventos estressantes na vida, como abuso ou a morte de um ente querido;
• Tem um temperamento ansioso ou nervoso;
• Ter um parente de sangue com agorafobia.

Como diagnosticar agorafobia?

O diagnóstico de agorafobia geralmente requer várias entrevistas com um especialista em psiquiatria, que avaliará os sintomas, além de realizar um exame físico e um exame de sangue.

Em muitos casos, o especialista também conversa com familiares e amigos para conhecer as mudanças de comportamento e obsessões do sofredor.

Quanto ao tratamento, deve ser iniciado o mais rápido possível após o diagnóstico para evitar que o paciente se refugie no álcool ou caia em depressão.

Tratamentos

A intervenção terapêutica normalmente combina tratamentos específicos, dependendo do diagnóstico principal, com outros de natureza mais geral ou contextual, dependendo das características pessoais e circunstâncias do paciente.

O tratamento que oferece melhores resultados em agorafóbicos é a terapia de exposição, um tipo de terapia psicológica cognitivo-comportamental que visa ajudar a pessoa afetada a enfrentar e administrar seus medos.

Psicóloga entregando remédio ao paciente.
MilanMarkovic78 / Shutterstock

Com a ajuda de um especialista, a pessoa vai progressivamente procurando e entrando em contato com o que está causando seus medos até que sua ansiedade diminua gradativamente devido à familiaridade que adquire com a situação.

O psiquiatra também pode prescrever antidepressivos e ansiolíticos, especialmente no início da terapia de exposição.

O tratamento da agorafobia tem um alto índice de sucesso, mas o prognóstico vai depender da gravidade de cada caso, da motivação do paciente com o tratamento e do quão limitante é para essa pessoa evitar situações que causem medo.

Conscientização e apoio das pessoas próximas

Portanto, uma boa saúde mental é uma parte essencial da vida, assim como uma boa saúde física. E isso também vale apara agorafobia, já que, por muito tempo, não se falou sobre o tema. Por isso, precisamos pedir ajuda quando algo não vai bem.

Logo, o aumento da conscientização e disposição para lidar com o assunto inaugurou uma era de compreensão e aceitação, além da superação de algumas barreiras da estigmatização pública. Ainda há muitos desafios a serem enfrentados, porém, com o tratamento, é possível levar uma vida mais calma.

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Não existem medidas específicas para evitar a agorafobia, mas se você sentir medos irracionais ou forte ansiedade em determinadas situações, é recomendável consultar um profissional o mais rápido possível.

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