Espiritualidade

O que é Déjà Vu? Conheça as explicações científicas e espirituais

Mulher pensativa, sentada olhando para fora da janela
fizkes / Shutterstock
Escrito por Eu Sem Fronteiras

Sabe aquela sensação de já ter estado em um lugar, mesmo com a certeza de que nunca esteve? Ou uma estranha familiaridade com alguém que você acabou de conhecer? Estamos falando do déjà vu.

Quem já sentiu isso sabe como pode ser intrigante ou até incômodo. Mas será que existe uma explicação para tal fenômeno? E o que exatamente ele é?

Neste artigo, elucidamos essas questões, apresentando tudo o que se sabe até agora sobre esse interessante fenômeno. Acompanhe-nos nessa jornada de conhecimento!

O que déjà vu significa?

Originada no francês, a expressão “déjà vu” é traduzida como “já visto”. Seu significado evoca a sensação de já ter vivenciado um momento, conhecido uma pessoa ou estado em um lugar que, racionalmente, você sabe que nunca teve contato.

Estima-se que cerca de 97% da população mundial já vivenciou pelo menos um déjà vu. O fenômeno parece ser mais comum em pessoas com idade entre 15 e 25 anos. Por algum motivo, que a ciência ainda não conseguiu esclarecer, os episódios de déjà vu se tornam menos frequentes com o passar do tempo.

Você provavelmente está se perguntando, nesse ponto, por que não estamos afirmando nada até então. É simples: ainda não existe nenhuma teoria que comprove, com exatidão, o que está por trás do déjà vu.

No campo científico, existem algumas perspectivas defendidas por neurologistas e outros especialistas. Enquanto no campo espiritual também há uma explicação bem difundida. Tudo isso, veremos em detalhes a seguir!

O déjà vu segundo o espiritismo

Estudando os princípios doutrinários de Allan Kardec, aprendemos que todo ser humano reencarna diversas vezes. Isso ocorre para que possamos evoluir em nossas próximas vidas. Mas como seria possível uma evolução se esquecermos completamente o já vivido?

As memórias de vidas passadas permanecem guardadas em nosso subconsciente. Só emergem sob algum estímulo sensorial: um cheiro, uma visão, um sabor, um contato. Quando isso ocorre, temos o fenômeno do déjà vu. Assim, aquela pessoa que você acha que já conhece de algum lugar pode ser alguém importante de uma vida passada.

Apesar de locais e objetos não possuírem aura energética própria, o contato humano com eles os impregna de energia, de modo que também suscitam estímulos que despertam as memórias pregressas. E sabe aquela antipatia automática ao conhecer alguém? Também pode ser uma espécie de déjà vu por experiências negativas com a pessoa em outra encarnação.

Em suma, ter essa experiência espiritual é um bom sinal. Ela abre a oportunidade de autoconhecimento e evolução. Portanto, é uma mensagem que merece ser interpretada quando vem à tona.

O que diz a ciência sobre esse fenômeno

Para a ciência, o fenômeno parece ser desencadeado por situações que geram estresse, ansiedade e cansaço. Já sua ocorrência constante pode estar relacionada a doenças neurológicas como epilepsia e enxaqueca, ou a uma falha no circuito cerebral, que se relaciona à memória e ao lobo temporal.

No caso da epilepsia, por exemplo, percebeu-se que o déjà vu aparece como um sintoma durante as crises, geralmente ocorrendo no início delas. Por isso é importante recorrer à ajuda profissional, caso o fenômeno ocorra com frequência e junto a outros sintomas.

A ciência também aponta para a existência de tipos de déjà vu. Quem estabeleceu essa divisão foi o neuropsiquiatra Vernon M. Neppe, em 1983. Segundo o especialista, o fenômeno estaria dividido em quatro categorias:

Déjà vécu: são mais intensos e detalhados e remetem à sensação de já ter vivido ou visto algo específico.

Déjà senti: classificado como um fenômeno exclusivamente mental, não costumam perdurar na memória após ocorrido.

Déjà visité: caracteriza-se pelo reconhecimento de um lugar novo, mesmo que nunca se tenha estado nele.

Jamais-vu: aqui, o medo se faz presente. Há uma sensação ruim sobre a situação, mesmo sabendo que nunca a havia vivenciado.

Mulher pensativa, sentada com as mãos no queixo.
fizkes / Shutterstock

Tendo tudo isso em mente, a pergunta que surge é: “faz mal ter um déjà vu?”. Depende. Ele pode ser um sinal de alerta ou, na verdade, apenas um erro de percepção inofensivo. A seguir, conheça as teorias científicas que tentam explicar a causa do déjà vu, para entender melhor essas possibilidades.

  1. Duplo processamento: no processamento das experiências vividas, a informação passa primeiro pelo lobo temporal esquerdo. Depois, ela é enviada ao hemisfério direito. Após ser analisada, essa informação volta para o hemisfério esquerdo. Aqui, o déjà vu ocorreria em decorrência de uma demora na segunda passagem pelo hemisfério esquerdo, que levaria o cérebro a interpretar a informação como algo do passado.
  1. Acionamento acidental do cérebro: para interpretar uma informação, o cérebro tende a procurar similaridades em vivências do passado. No processamento normal, isso facilita a compreensão do presente. Mas quando ocorre um déjà vu, significa que o cérebro está confundindo o passado com o presente. Isso leva o indivíduo a acreditar que já viveu aquela situação que, na realidade, é nova.
  1. Memórias alheias: nossa memória também abriga vivências que não são nossas. Um filme, um livro, um relato contado por alguém, tudo isso pode ser armazenado na memória. No déjà vu, o que ocorre é uma confusão entre o seu real e a ficção (ou o real do outro). O cérebro entende a situação como de fato vivida pelo indivíduo, quando, na verdade, ele apenas ouviu, leu ou assistiu àquele relato.
  1. Mau funcionamento da memória: uma das teorias mais antigas, essa perspectiva entende que o cérebro erroneamente acaba ignorando as memórias de curto prazo e passa diretamente para as antigas. Dessa forma, confunde-se a conexão entre o que está sendo vivido com uma memória de longo prazo semelhante, quando, na verdade, o presente está relacionado a alguma memória de curto prazo.
  1. Familiaridade Gestalt: essa é uma das teorias mais recentes. Segundo estudiosos, o que ocorre é uma familiaridade com a disposição dos objetos no espaço físico. Por exemplo, se você entrar em um prédio novo e sentir que já esteve lá, o mais provável é que esteve em outro prédio que tinha uma decoração e uma estrutura muito similares.

Déjà vu e ansiedade

Como dissemos lá atrás, um dos gatilhos para o déjà vu é a ansiedade. Embora as teorias apontem para uma possível ligação entre esse fenômeno e doenças psiquiátricas, ainda não há nenhuma comprovação científica.

O que se percebeu, até agora, é que o déjà vu costuma estar associado à ansiedade, aparecendo até mesmo durante uma crise. Por algum motivo, ocorre uma alteração neurológica no funcionamento do cérebro, levando à falsa percepção da memória.

Por isso, quem já tem o diagnóstico de ansiedade, depressão ou outro transtorno psiquiátrico e costuma vivenciar o déjà vu, deve levar o fato ao seu médico para que seja investigado conforme a individualidade do paciente. Isso é importante, porque algumas pessoas podem confundir o fenômeno com uma alucinação, retroalimentando sua ansiedade.

Tive um déjà vu: e agora?

Nesse ponto, você deve estar se questionando sobre o que fazer após ter um déjà vu. Primeiro, não é preciso entrar em pânico! Como já dissemos, o déjà vu é comum para a maior parte da população. No entanto, você deve ficar alerta caso seja algo recorrente e associado a outros sintomas.

  • Respire fundo e pense: o primeiro passo para entender um déjà vu, segundo especialistas, é fazer uma reflexão após vivenciar o evento. Pare, feche os olhos, respire e tente evocar na memória o que pode ter causado o sentimento vivenciado durante o fenômeno. O que poderia estar associado a ele? Alguma vivência semelhante? A disposição dos objetos no ambiente? Você tinha acabado de passar por um momento estressante?
  • Procure um médico: de preferência um neurologista especialista em memória. Ele te examinará e orientará conforme o caso. Isso é importante para avaliar a possibilidade de algo mais grave, como epilepsia e enxaqueca ainda não diagnosticados, além de problemas na memória e no processo de percepção.
  • Procure auxílio espiritual: descartada a questão médica, você pode se aprofundar nas causas espirituais. Busque por alguém que estude e entenda o fenômeno, que possa te orientar e ajudar a elucidar seu significado. Talvez isso seja importante na sua jornada espiritual, mas você só vai saber se der atenção ao evento.

Seja qual for o caso, o déjà vu continua sendo um fenômeno intrigante para estudiosos e curiosos. Quem sabe um dia alguma das teorias que apresentamos seja, de fato, comprovada. Até lá, vale a tentativa de entender cada situação individualmente e procurar ajuda profissional, se necessário.

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