Autoconhecimento

Quem é o Ego?

Rei e peão do jogo de damas
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Você já deve ter ouvido alguém falar: “Isso é coisa do ego”, ou “Fulano tem o ego inflado”, e tantas outras menções dessa esfera da nossa personalidade. Mas afinal, quem é o Ego e quais influências ele nos traz?

O ego é o meio-termo entre o id e o superego, e essas 3 instâncias atuam fortemente em nossa Psique (dimensão mental). O id são nossos instintos, impulsos imediatos, nossos reflexos primitivos; o superego são nossas condutas morais, associadas à estrutura ética e à moral, da visão sistêmica social.

O EGO é o meio-termo entre o id e o superego, ou seja, não é 8 nem 80. Basicamente o ego poderia ser exemplificado como um momento de profunda reflexão individual. Eu chamo de “GUARDIÃO” do templo sagrado, porque ele nos guarda e nos protege.

Para regular nossos comportamentos, nos orientar e nos manter presentes no contexto social, o ego nos puxa a orelha e tende a encontrar um equilíbrio entre as possíveis ações do ID, do impulso impensado e imediatista, e do Superego, que faz o EGO levar em consideração, o tempo todo, as pessoas ao seu redor, as regras, os valores da família, de acordo com a educação recebida, e reconhecendo suas necessidades e desejos, entre uma instância e outra.

Então o ego é uma parte da mente humana, que diz respeito ao princípio da realidade, funcionando como o centro da consciência, que faz um contraponto ao núcleo superior, que, no caso, reconhecemos como o “Eu”, e tem como função principal a manutenção do equilíbrio mental.

De fato, ele é um grande equilibrista da psique (mente) humana e, em certos momentos, cede aos desejos do Id, sem que, para isso, precise passar por cima das regras determinadas pelo superego, mantendo sempre a atenção ao mundo ao redor. Ou, às vezes, o ego é paralisado pelo Superego, dependendo do tipo de valores morais e crenças transmitidas pelo sistema familiar, e, nesse caso, o EGO expressa informações à psique sobre “PERIGOS” diante de um novo desafio.

Muitas vezes, quando o EGO é dominado por crenças impregnadas no sistema de uma pessoa, ele causará vários estragos, pois, como um agente mediador, diante do MEDO, do novo, ele faz a pessoa paralisar e sentir emoções de ansiedade, insegurança, timidez, raiva, tristeza e tantos outros, trazendo vários desequilíbrios e desordens na vida diária.

Para além das teorias escritas por Freud, o ego é também observado de forma popular, como a imagem que formamos de nós mesmos. Por exemplo, quando chamamos alguém de egocêntrico, refere-se à uma pessoa que supervaloriza o seu próprio ego, criando uma imagem de si mesma que beira o exagero. E vale dizer que, sim, valorizar a SI mesmo é necessário, tomando-se as devidas proporções do que vai além.

Quando o ego se manifesta como a consciência do indivíduo, ele toma a frente e passa a determinar as ações e também os instintos que este tem, diante das situações que ocorrem no mundo real.

É por meio do ego que conseguimos manter um equilíbrio entre aquilo que queremos, que são os nossos desejos (id), e aquilo que possuímos, que, no caso, é a realidade que temos diante de nós. E é a partir desses contornos que nos tornamos plenamente capazes de determinar os valores sociais, fundamentais e que marcam de forma expressiva a nossa existência.

O rei e peão do jogo de damas em frente a um espelho
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O estudo de Freud mostra que, quando a mente de uma pessoa cede em excesso aos apelos do id (impulsos), ela corre o risco de se tornar e ser vista como alguém irresponsável, libertina, inconsequente, devassa. E, se o contrário acontece, de ficar presa ou “apegada” ao que o superego impõe, ela se torna rígida, contida pelo universo das punições e conceitos morais, ficando nas esferas dos julgamentos externos e internos, perdendo assim o princípio do prazer da vida.

Por isso, hoje há tantos estudos sobre a PSIQUE MENTAL, em que o estudo do EGO tem sido uma grande fonte de pesquisa, já que ele pode trazer reflexos extremamente positivos e negativos para a vida das pessoas. Diariamente nos atendimentos, observo o quanto as pessoas ficam presas na realização dos seus propósitos e sonhos, pelas crenças limitantes que o ego lhes impões, ou seja, quando ele está no controle, além da consciência mais desperta.

O ego então torna-se o grande regulador da mente humana e carrega em si algumas funções, do tipo:

Zelar e guardear o reservatório das memórias, lembranças, experiências, pensamentos, ideias, sentimentos e também sensações, sendo o sistema motor de uma pessoa de todas as conexões que esta faz com o mundo fora dela.

Atuar nos mecanismos de defesa, mesmo que de forma inconsciente, para preservar todo o sistema psíquico, incluindo nesse processo as projeções (o que não aceito em mim, projeto no outro), racionalizações (todas as respostas frias, em que a razão é o que vale, ignorando a esfera emocional), regressões, negações (negar outras verdades ou a própria), entre outros.

Ele nos auxilia resolver os problemas com mais facilidade, pois tem esse armazenamento das referências baseadas em experiência já vividas, assim traz soluções e respostas, do que trouxe bom resultado e do que não trouxe. Ele está para nos auxiliar, e não para nos paralisar, e sim apenas referencial, por meio das conclusões que são tiradas dessas experiências que vivemos.

Em todo desenvolvimento adequado do ego, em qualquer instância das nossas vidas, ele tem o poder de nos tornar indivíduos mais confiantes, mais assertivos nas escolhas diárias.

Quem pensa que não, o Ego tem, sim, pontos importantes e que nos influenciam de forma positiva. Mas, como tudo na vida, ele também apresenta sua dualidade negativa, que, quando não bem conduzida e comandada, constantemente nos levará a um caminho inadequado.

Ele nos faz crer que estamos sempre CERTOS, porque, em sua linearidade, age sempre de acordo com os registros e a percepção limitada do passado, e não do presente de cada pessoa. Assim, enfatiza em nós a necessidade que temos de gostar e preferir sempre ter razão, independentemente de estarmos errados ou não. E assim nos leva à reatividade, com relação a tudo que é diferente e muitas vezes nos fazendo nos identificar com aquele sentimento ruim, aquele olhar negativo em relação a nós mesmos ou a outrem.

Quando caímos no egocentrismo, que, se por um lado, é importante para a construção da autoimagem positiva de nós mesmos, por outro se torna perigoso, ao perdermos a habilidade de nos comunicarmos, de cooperarmos ou lidar com os conflitos e problemas nas relações, que surgem ao longo da vida.

Como se harmonizar com o ego?

Silhueta de um homem emburrando a palavra ego e ao fundo o céu alaranjado
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Evite levar todo ponto de vista do outro para o lado pessoal, sentindo-se ofendido com isso; amplie a capacidade e habilidade de considerar que o outro também tem as suas verdades. Se observar uma identificação indo para a ofensa, vá na contramão, percebendo que é o ego que está tentando te controlar, querendo que você sempre tenha razão.

Abandone a necessidade de viver competindo; se seu ego for inflamado, você acredita que sempre precisa vencer e ser o melhor em relação aos demais, para se sentir bem. Não existe um VENCEDOR, todos nós estamos aqui, na mesma jornada vivenciando nossos desafios, e, nesse sentido, todos somos vencedores em todos os aspectos de nossas vidas. Sendo assim, não há a menor necessidade de competir com absolutamente ninguém.

Viva com suas plenitudes, com prazer e satisfação com o que tem; caso contrário, o ego fará com que vivamos um estado eterno de insatisfação, com a sensação de que a felicidade que tanto queremos está longe, quando, fora do alcance e, na verdade, já ficamos de frente com ela por várias vezes e não conseguimos enxergar.

Praticar diariamente um exercício de meditação e gratidão, olhando para o que tem, para que o que conquistou, harmonizando-se com a real plenitude e satisfação nisso.
O ego tem apego a muitas crenças transmitidas, portanto fazer um processo de autoconhecimento é necessário para identificar quais crenças lhe foram transmitidas pelos seus sistemas familiares, religiosos, culturais, entre outros sistemas que vivenciamos ao longo da nossa maturidade psíquica, para fazer a soltura, deixar ir, soltar, renovar, transmutar, mudar o registro antigo pelo atual, e assim se transformar.

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O ego, sem dúvida, é um aspecto importante de nossa existência, e, para que ele contribua para uma vida mais plena e feliz, é preciso fazer diariamente o processo de auto-observação, pois, dessa maneira, é possível adequar e controlar suas ações negativas sobre nós.

ESTEJA VOCÊ NO COMANDO…

O EGO é apenas o passageiro
Se esse caminhar parecer desafiador demais sozinho, lembre-se de que nunca estamos sozinhos, temos em nós a energia Sagrada Divina, bem como todas as pessoas que escolhemos para estar ao nosso lado. E agora, poderá contar comigo também, para auxiliar na sua caminhada e na expressão da sua voz em escuta ativa.

Espero ter contribuído para você de forma efetiva com este conteúdo e que possa expandir seus conhecimentos, de seus amigos e familiares.

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Somos Luz e Amor
Beijinhos
Psicologia e Terapias Integrativas
Claudia Regina

Sobre o autor

Claudia Regina Pinto

Formada em Psicologia, com Pós-Graduação em Psicodrama, MBA Gestão Pessoas. Formação como Terapeuta Holística com ênfase na Alquimia (florais Sistema Joel Aleixo), Cromoterapia, Reflexologia, Argila terapia, Mestre em Reiki, Taróloga. Atendimento Clínico, Educacional e Organizacional com desenvolvimento de Lideranças e Palestras.

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