Energia em Equilíbrio Florais de Bach

Agir contra a Unidade: sendo filhos de Deus, como negar a sua existência em nós? – Parte 3

Mulher fazendo yoga
Escrito por Taisa Vliese

Não podemos nos esquecer que o sofrimento é, em si mesmo, benéfico, sobretudo por mostrar-nos o momento em que estamos seguindo por alguma via enganosa, e por acelerar a marcha de nossa evolução para uma gloriosa perfeição.

Edward Bach

O texto de Bach nos incita a uma mudança substancial em nossa vida e nossas escolhas: viver com amor suficiente para todas as formas de vida. Para isso, devemos viver em Unidade como projeto Divino e nos livrarmos do egoísmo, pai dos estados emocionais negativos, por nos conduzir à sensação de individualismo e à competitividade.

Para ele, as doenças são defeitos como o orgulho, a crueldade, o egoísmo, a ignorância, a instabilidade e ambição. Estados que nos afastam da Unidade. É o resultado do mau pensamento e da má ação e cessa quando a ação e o pensamento são corrigidos” (2012, p. 47). Para Bach, sempre que cometemos um erro ele reage sobre nós, trazendo infelicidade, desconforto e sofrimento. Seu objetivo como trabalho foi “… nos ensinar, mostrar o efeito prejudicial da nossa ação ou pensamento errado e, ao produzir em nós mesmos resultados semelhantes, nos mostra como tal pensamento ou tal ação pode prejudicar os outros, sendo contrários à grande e divina Lei do Amor e da Unidade (2012, p.49)

E sobre os estados emocionais que adoecem, Bach inicia explicando as consequências do orgulho. Para ele:  

O orgulho se deve, em primeiro lugar, à incapacidade de se reconhecer a pequenez da personalidade humana e sua absoluta dependência da Alma, e de aceitar que todas as vitórias que se possam ter não se devem a esta personalidade, mas são bênçãos com que nos agraciou a Divindade interior; em segundo, deve-se à perda do senso de proporção da noção de quanto se é insignificante diante do complexo arranjo dessa Criação. Como o orgulho se mostra invariavelmente relutante em se curvar com humildade e resignação à Vontade do Grande Criador, ele pratica ações contrárias a essa vontade (2006, p. 26-27).

Pergunto, como seria possível tal transformação numa sociedade marcada pelo consumo, pela ambição e pela disputa de poder e, como resposta, vejo o aumento de doenças psiquiátricas, psicossomáticas e autoimunes como sinais dessa contrariedade à Unidade. Doenças que se mostram incuráveis e que recebem como orientação dos médicos tradicionais a necessidade de o doente aprender a conviver com a doença ou se sedar para não sofrer com os sintomas. A sedação analgesia não apenas os sintomas das doenças, mas a consciência e o progresso espiritual.

Para Bach (2012), as causas reais de doença são: controlar os outros, medo, inquietude, indecisão, indiferença, fraqueza de caráter, dúvida, excesso de entusiasmo, ignorância, impaciência, terror e tristeza (p. 112).

No seu livro, prossegue analisando a crueldade como “uma incapacidade de que toda a ação adversa para com o outro está em oposição ao todo e é, portanto, uma ação contrária à Unidade” (2006, p. 27). Já o ódio, é “o contrário do amor, o reverso da Lei de Criação. Ele se opõe a toda a Obra Divina e é uma negação ao criador” (2006, p. 27). O egoísmo faz com que coloquemos os nossos desejos pessoais antes do bem-estar da humanidade. A ignorância é o fracasso em aprender, “a recusa em ver a Verdade quando se tem a oportunidade para tanto, e conduz a muitos atos errôneos que só podem existir em meio à escuridão (…)” (2006, p.27).

A instabilidade, a indecisão e a falta de determinação ocorrem quando a personalidade se recusa a ser governada pelo Eu Superior (…)” (2006, p.27). É a falta de consciência e o desejo de permanecer na ilusão, sem nos conectarmos com o nosso Eu superior.

Já a ambição “conduz ao desejo de poder. É uma negação à liberdade e à individualidade de toda Alma. Como podemos amar se desejamos controlar quem amamos por medo de perdê-los? Por que precisamos de tanto se é possível viver com tão pouco?”

Em suas palavras: “(…) a doença que podemos vir a sofrer nos conduz à descoberta da falta que esta por trás de tudo quanto nos aflige” (2006, p.28). Ela é um resultado do que tem origem no plano mental (BACH, 2012).

O orgulho que é a arrogância e a rigidez mental causam a ancilose. A dor é causada pela nossa crueldade com outras pessoas. Do ódio são criados os estados de isolamento, o temperamento violento e incontrolável, as perturbações mentais e a histeria. A instabilidade leva à descoordenação motora e mental. O egoísmo leva à neurose, à neurastenia e à introspecção. A ignorância leva à miopia, como as deficiências visuais e auditivas. A ambição leva a pessoa a ser escrava do próprio corpo, enfim, a doença tem uma subjetividade, pois (…) “a parte afetada do corpo não é obra do acaso, mas obedece a lei de causa e efeito e, uma vez mais, pode servir de guia para nos ajudar” (BACH, 2006, p. 29).

Em suas palavras: é preciso provocar a virtude oposta que irá eliminar a falha (BACH, 2012, p. 47). E como lição de vida, Bach nos responde que não é preciso perder a esperança:

A prevenção e a cura acontecem quando localizamos o erro dentro de nós mesmos, suprimimos esse defeito por meio do cuidadoso aprimoramento da virtude que o destruirá (…) desenvolvendo tanto essas virtudes opostas  que ele chegue a ser varrido de nossas naturezas (2006, p, 29).

Mulher gripada.

Sendo assim, podemos afirmar que é “a doença que está curando a doença” (BACH, 2012, p. 46). Ela é uma correção, pois foi a forma que nossa Alma encontrou para evitar que causemos danos maiores e para nos trazer de volta ao caminho da Verdade e da Unidade. E o hospital do futuro será uma espécie de mãe do doente, pois “irá tomá-lo em seus braços, acalmá-lo e confortá-lo dando-lhe esperança, fé e coragem para sobrepujar as dificuldades” (BACH, p. 51)

Neste caso, concluímos que a doença impede e previne as nossas más atitudes e “é a lição que nos ensina a corrigir nossa maneira de viver e harmoniza nossas vidas com os ditames de nossas Almas” (BACH, p. 46).

Você também pode gostar:

Se você tem alguma doença crônica hoje, não fuja dela. Compreenda-a em seus sintomas, seu início, suas manifestações e o que você precisou mudar em sua vida, que foi o verdadeiro motivo desta doença ser desencadeada.

Seja compassivo. Nada de culpas ou autocondenações, pois estamos nesse processo existencial para melhorarmos a cada dia e a cada experiência. Deus tem um plano de felicidade perfeito para cada um de nós. Basta aceitarmos a vida.

Leia a primeira, a segunda, a quarta e a última parte desta série.


Bibliografia

BACH, E. (2006) Os remédios Florais de Dr. Bach. São Paulo: Editora Pensamento.

BACH, E (2012) A Terapia Floral. Escritos Selecionados de Edward Bach. Sua filosofia, pesquisas, remédios, vida e obra. São Paulo: Ground.

Sobre o autor

Taisa Vliese

Formação em Psicologia; Especialista em Saúde Mental e Desenvolvimento da Criança e do Adolescente; Mestre em Educação; Professora Assistente da Universidade Estácio de Sá; Consultora de Educação Inclusiva

Pós-Graduada em Terapia Floral; Sintonizadora do Sistema Floral Amigas da Terra; Membro Fundador e Diretor da Clínica da Alma.

Autora do Livro: Graciliano Ramos: A Infância pelas mãos do escritor - Um ensaio sobre a constituição da subjetividade na Psicologia Sócio-Histórica

Contatos:

E-mail: taisa.vliese@terra.com.br
Celular: (21) 998579440.
Facebook: Taísa Vliese
Blog: napazcomflorais.com
Site: Holística Floral