Espiritualidade

Esoterismo e a nova era: uma abordagem da psicologia

Caverna com saída colorida em formato de cabeça humana com uma árvore no meio indicando o cérebro
Jorm S / Shutterstock
Escrito por Eu Sem Fronteiras

Você já ouviu falar sobre esoterismo? Os conhecimentos esotéricos são aqueles que se propõem ocultos, ou seja, que podem ser acessados somente por quem se dedica a estudá-los. Se antigamente esses temas eram influenciados unicamente pela fé e pela espiritualidade, hoje começaram a se misturar à ciência e à Psicologia, por exemplo.

Preparamos um artigo que explica as bases do que é o esoterismo e também fala sobre as mudanças pelas quais esse conceito vem passando atualmente, desde que as práticas consideradas esotéricas começaram a se relacionar mais com as ciências. Confira e tire suas dúvidas!

Esoterismo: passado e presente

O termo “esoterismo” começou a ser usado durante a época conhecida como Renascimento (entre os séculos 15 e 16). Em suma, esse termo era usado para classificar crenças que misturavam o cristianismo ao paganismo e a outros conhecimentos considerados pagãos pela igreja.

De certa forma, é um termo que classifica estudos de crenças e religiões que ofereçam um tipo de conhecimento “oculto”, algo apenas disponível para os iniciados na prática ou para quem se disponha a fazer o estudo necessário para adquirir esse conhecimento.

Enfim, esoterismo é esse termo meio “elástico” para se referir a ramos de estudos espirituais ou religiosos que tenham características de conhecimento oculto e disponível somente para algumas pessoas.

Mais recentemente, especialmente a partir dos anos 1960 e 1970, surgiu o movimento Nova Era (do inglês New Age), que propõe que o esoterismo seja menos puramente espiritual e mais racional e até mesmo científico.

Práticas como curas com ervas passaram a ser estudadas cientificamente, e na atualidade alguns vegetais, de fato, são usados em processos de cura. Isso afetou muitos temas, como a Astrologia, que se misturou à Psicologia. Hoje, para os que creem, ajuda a definir as linhas gerais da nossa personalidade.

Esoterismo: tendências para a Nova Era

A tendência da Nova Era, portanto, é que o esoterismo cada vez mais deixe de ser um conhecimento puramente espiritual, religioso e sobrenatural. Dessa forma, existe uma miscigenação desses temas com a ciência, a Psicologia e outros temas.

Alguns campos de estudo, como a herbologia, por exemplo, que pesquisa as propriedades mágicas das plantas, praticamente deixaram de existir e deram origem a novos campos, estes mais científicos, como a fitoterapia (herbalismo), que é o estudo das plantas com fins medicinais ou como suplemento à dieta alimentar.

Já outros temas, como a já citada Astrologia, misturaram-se a ciências humanas, como a Psicologia. A partir dos 12 arquétipos propostos pelo psiquiatra Carl Gustav Jung (1875-1961), por exemplo, os 12 signos do Zodíaco foram associados a 12 modelos de personalidade.

Enfim, de certa forma podemos dizer que a tendência iniciada na Nova Era é que os conhecimentos esotéricos flertem mais com as ciências exatas ou humanas e deixem de se escorar puramente no espiritual, o que faz com que sejam considerada pseudociências. Ou seja, afirmam-se científicas, mas não podem ser comprovadas por métodos científicos tradicionais.

A psicologização do esoterismo: estimativas e previsões

Atualmente, muito tem se falado sobre saúde mental no Ocidente. Com o aumento de casos de doenças como depressão, transtorno de ansiedade generalizada, entre outros males psicológicos, a atenção à saúde mental e à Psicologia está em alta. Além disso, o acesso aos consultórios de psicoterapia ficou mais acessível a um público maior.

Por isso, é compreensível que um campo como o esoterismo comece a se “atualizar” de maneira a se inclinar rumo à Psicologia. Atualmente, por exemplo, terapias como Reiki, Ayurveda, entre outras, cada vez mais se afirmam como práticas que trazem benefícios para a saúde mental, ajudando a curar males da mente.

Essas e tantas outras práticas, antes consideradas puramente espirituais, hoje tentam se aproximar da ciência, ainda que das ciências humanas, como a Psicologia, de maneira a se tornarem mais críveis e alinhadas ao cientificismo que tem dominado o discurso ocidental.

Os nascidos de 1960 em diante, por exemplo, já estão acostumados a ler as previsões de cada signo no Horóscopo, mas isso é uma novidade trazida por esse movimento Nova Era, iniciado entre 1960 e 1970, de transformar algo que era espiritual ou imensurável (a influência dos astros sobre nós) em algo científico e mensurável (previsões, personalidade etc.).

Enfim, a tendência é que, cada vez mais, continuem mais em voga e populares as práticas esotéricas que fizeram essa fusão ou essa incorporação de elementos científicos e/ou psicológicos.

A psicologização do esoterismo: tendências para a Nova Era
Como explicado anteriormente, é uma tendência, nos tempos atuais, em que a ciência ganha cada vez mais destaque, que o esoterismo tenda a se relacionar com o conhecimento científico. E a Psicologia “afeta” conhecimentos esotéricos como a Astrologia e outras práticas, como a meditação, o Yoga, a Ayurveda, entre outras.

Isso não se dá somente pelos motivos citados, mas também porque vários nomes importantes da Psicologia discutiram temas que eram menos científicos, no sentido de algo que pode ser comprovado, e mais com base em conceitos abstratos — alguns diriam até espirituais.

Rosto humano formado por estrelas e corpos luminosos coloridos
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A estrutura do inconsciente proposta por Freud (1856-1939), por exemplo, dividida em id, ego e superego, não tem base científica nenhuma e é um modelo abstrato, no sentido de que não pode ser comprovado cientificamente. Há quem defenda que toda a escola de pensamento de Freud, a Psicanálise, seja esoterismo, não ciência.

Outro influenciado pelo esoterismo foi Jung, que estudou muito a influência das mandalas (um símbolo usado por várias crenças esotéricas) no inconsciente humano. Seus arquétipos, bem como a teoria do inconsciente coletivo (ideias em que todos cremos por estarmos na mesma sociedade) flertam mais com o esoterismo do que com a ciência, segundo alguns estudiosos.

Por fim, até mesmo Martin Heidegger (1889-1976), que era filósofo, propunha ideias que flertavam com o esoterismo e a espiritualidade, com a do “vir a ser”, que é a ideia de que nós somos algo sempre em construção, nunca definitivos, pois sempre somos afetados por aquilo que acontece no entorno ou que pode acontecer no futuro.

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Enfim, nesta Nova Era, iniciada ali entre os anos 1960 e 1970, o esoterismo começou a se inclinar rumo a influências mais científicas e da Psicologia. E isso está relacionado com o fato de que a ciência ganhou mais relevância do que nos séculos anteriores, muito mais conduzidos pela fé e pela espiritualidade. E você? Acha que espiritualidade e ciência podem conversar?

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