Autoconhecimento

Faça essas 4 coisas e seja mais feliz

Happy Couple Driving on Country Road into the Sunset in Classic Vintage Sports Car
Escrito por Eu Sem Fronteiras

O que é felicidade para você? A pergunta é complexa e tem várias respostas surpreendentes. Para uns, é o equilíbrio entre bem-estar físico e espiritual. Para outros, felicidade é realização profissional ancorada num ótimo salário. Muita gente vê a beleza como requisito para ser feliz e passa a vida envolta em dietas e cirurgias plásticas. Há quem não acredite em felicidade sem amor. Seja qual for o conceito, ser feliz é uma das grandes jornadas do ser humano. Todos vivem em busca desse sentimento, alguns conseguem, mas muitos chegam ao fim da linha sem ter o mínimo contato com a tal felicidade.

A felicidade pelo mundo

Na Grécia Antiga, a felicidade era chamada de eudaimonia, enquanto o termo eudaimon significava “feliz”. Analisando a etimologia da palavra, vemos o conceito de felicidade para os gregos: eu “bem disposto” e daimon “que tem poder divino”. Ser feliz era uma dádiva dos deuses que dependia da manutenção humana para perdurar.

Na China do século 6, o filósofo Lao Tsé afirmava que a felicidade vinha da união com as forças da natureza. O também filósofo Confúcio via a cortesia, o dever, a sabedoria e a generosidade como os pilares de uma vida feliz.

Budismo

O budismo tem a felicidade como tema principal. Ela é a liberação do sofrimento, conquistada pelo Nobre Caminho Óctuplo, ou caminho do meio. É um guia com oito práticas, fundamentadas na moralidade, na crença e na sabedoria, o qual deve ser praticado diariamente para eliminar a ilusão, a ganância e o ódio, sentimentos base do sofrimento. A prática séria do Nobre Caminho Óctuplo leva à felicidade plena.

O dalai lama Tenzin Gyatso, considerado uma referência moderna do budismo, vê a felicidade como um estado mental, ou seja, a capacidade de identificar e expulsar fatores maléficos. Mas Tenzin ressalta que isso não basta e que a serenidade precisa estar associada a essa capacidade.

Hinduísmo

É uma religião surgida na Índia milênios antes de Cristo. Com vários deuses e deusas, Brahma é o deus principal e criador que, com Shiva e Vishnu, formam a tríade divina (traduzindo para os cristãos: Pai, Filho e Espírito Santo). É uma das primeiras religiões a crer na reencarnação, no carma e na lei da ação e reação. Para o hinduísmo, a felicidade vem quando nos livramos do carma. Com essa libertação, atingimos o nirvana (“sopro”, “soprar” ou até “ser assoprado”), estágio onde superamos a ignorância e adquirimos um estado de calma, pensamentos puros, percepção de realidade e elevação espiritual.

Espiritismo

O quinto capítulo do livro Evangelho segundo o Espiritismo, escrito por Allan Kardec, aponta que “a felicidade não é deste mundo”. Dinheiro, poder e nem mesmo um grande amor são responsáveis pela felicidade. Para a doutrina, ser feliz é uma conquista eterna, pois todos os indivíduos nasceram para ser felizes. O espiritismo diz que o segredo da felicidade está em nosso coração e que os únicos capazes de impedir nossa felicidade somos nós mesmos.

Os dez mandamentos da felicidade

Um dos papas mais populares da história, o papa Francisco, revelou os dez mandamentos para a felicidade:

Viva e deixe viver: Não remoer o passado, olhar e seguir em frente é o primeiro passo para ser feliz. Francisco é categórico, todos devem seguir o lema: “Siga em frente e deixe que os outros façam o mesmo”.

Esqueça o que é negativo: Quem sempre recebe os outros com comentários negativos não tem autoestima. O papa explica isso com a frase: “Eu me sinto tão baixo que, em vez de me levantar, tenho que puxar os outros para baixo também”. Por maior que sejam as adversidades, precisamos pensar e agir com positivismo para ser forte, seguir em frente, enfrentar, lutar e reverter os problemas.

Busque ativamente a paz: A paz nos leva à serenidade, mas Francisco explica que a paz “nunca é calma, ela é sempre proativa e dinâmica”. Para o papa, em vez de proclamarmos discursos sobre a paz, devemos sair do conforto e lutar por ela. O pontífice nos conscientiza sobre a importância de ajudar milhões de imigrantes que são expulsos de seus países por causa das guerras.

Compartilhe os domingos com a família: O dia é para confraternizar com a família. O papa diz que: “Os trabalhadores devem ter folga aos domingos porque domingo é dia para reunir toda a família”.

Brinque com as crianças: Mesmo com a correria da vida moderna, os pais precisam ser atenciosos com os filhos. Pais e mães devem encontrar um tempo para conversar, acompanhar a vida escolar, brincar e fazer as refeições. Televisores, computadores, celulares e tabletes precisam ser deixados em segundo plano para a comunicação ser plena. Pais e filhos distantes formam um lar triste. Filhos que não sentem o amor e o cuidado dos pais podem buscar conforto nas drogas.

Respeite quem pensa diferente: Um dos grandes problemas atuais é o não respeito por opiniões divergentes. Pessoas com pensamentos opostos precisam expor seus pontos de vista sem partir para agressões verbais e físicas. Quem não tolera pessoas com visões diferentes é um ser estagnado. O pontífice resume isso com a frase: “As pessoas precisam ser abertas e generosas umas com as outras. Se você passar a só aceitar suas opiniões então se tornará um egocêntrico, alguém que não avança, imerso em si mesmo. Lembrem-se de que água parada geralmente se torna podre”

Ajude os jovens a conseguirem um emprego: Os jovens são os que mais têm sofrem com o desemprego. Para ter experiência, é preciso que alguém dê uma oportunidade. O papa Francisco pede às pessoas que ajudem os jovens a entrar no mercado, pois, afinal de contas, o trabalho dignifica o homem.

Aja respeitosamente: Esse mandamento conversa com o número 6. Há muitas guerras por conta de intolerância religiosa. Você pode até não concordar com a crença alheia, mas tem o dever de respeitar.

Junte-se aos outros: Não fique isolado, faça trabalhos voluntários e dê a sua contribuição para o nascimento de um mundo melhor.

Cuide da natureza: A ganância mata rios, florestas e, consequentemente, a humanidade. Todos nós devemos lutar para preservar a natureza. Faça a sua parte não jogando coisas na rua, separando o lixo reciclável e não jogando óleo de cozinha na pia.

Luta contra o culto ao mercado

O ex-presidente francês Nicolas Sarkozy luta desde 2008 contra o “culto ao mercado”. Sarkozy reuniu um grupo de especialistas, entre eles o americano Joseph Stiglitz, vencedor do Prêmio Nobel de 2001. Matemáticos e cientistas sociais também integram esse grupo, cujo objetivo é analisar as falhas do Produto Interno Bruto (PIB), soma de tudo que é produzido num país durante um ano, um dos índices mais usados no mundo para medir riquezas. O grupo concluiu que o grande problema do PIB era ignorar o desejo de ser feliz: “Alguns dos fatores que fazem a vida valer a pena não estão à venda nem podem ser contabilizados com instrumentos monetários”, ressalta Stiglitz e a equipe no relatório final.

Felicidade interna bruta

O termo surgiu em 1972 por obra de Jigme Singye Wangchuck. O rei do Butão, país no sul da Ásia, fronteira com a China e a Índia, decidiu medir a felicidade dos 600 mil súditos. A iniciativa deu origem ao Centre for Bhutan Studies. O conceito de Felicidade Interna Bruta (FIB) é medido por mais de 270 perguntas, entre elas:

  • Você gosta da sua vida?
  • Você tem perdido o sono por ansiedade?
  • Você conversa com seus filhos?
  • Você conhece as lendas de seu povo e a história de seus antepassados?
  • Você recicla?

O FIB tem nove pilares, conheça cada um deles:

Bem estar psicológico: Satisfação e otimismo do indivíduo em relação a sua vida. Autoestima, percepção de competência, estresse e atividades espirituais são os indicadores avaliados.

Saúde: Alguns índices avaliados são horas de sono, a frequência de atividades físicas, hábitos alimentares;

Uso do tempo: Um dos elementos mais importantes. Este índice mede como cada pessoa divide seu tempo.

Vitalidade comunitária: Sensação de acolhimento, vitalidade dos relacionamentos afetivos e trabalho voluntário. Segundo os conceitos do FIB, ter uma vida comunitária torna os laços mais sólidos, além de ser um remédio para crises.

Educação: Analisa os valores que os pais passam aos filhos, a educação acadêmica e a consciência ambiental.

Cultura: Participação em eventos culturais, desenvolvimento de habilidades artísticas. Assuntos como discriminação por raça, religião e gênero também são estudados.

Meio ambiente: Avalia a qualidade da água, do ar, da terra e a biodiversidade e o acesso às áreas verdes.

Governança: Imagem do governo, instituições públicas, sistema judiciário, sistema eleitoral, imprensa e o grau de participação dos cidadãos.

Padrão de vida: Renda, segurança financeira, nível de endividamento, qualidade das compras, além de gastos com entretenimento.

Quatro passos para a felicidade

O neurocientista americano Alex Korb, membro da Universidade da Califórna (EUA), desenvolveu o “Espiral Ascendente da Felicidade”. O livro traz quatro rituais para alcançar a sonhada felicidade. São coisas tão simples que você nem vai acreditar.

Couple Hugging In The Street

GratidãoO sentimento aumenta a produção de dopamina e serotonina, neurotransmissores associados à felicidade.

Rotular sentimentos ruins: Dê nomes aos seus sentimentos. Saber o que está sentindo ativa o córtex pré-frontal, área ligada às questões práticas.

Tomar decisões: Faz o cérebro se sentir no comando, por sua vez, diminui ansiedade e preocupações. Tomar decisões também aumenta a produção de dopamina.

Contato físico: Os cérebros de pessoas isoladas têm ativados os mesmos circuitos que disparam as dores físicas. “Tocar alguém que se ama realmente reduz a dor. Na verdade, quando fizemos estudos em casais, quanto mais forte o casamento, mais poderoso era o resultado. Um abraço, principalmente um bem longo, faz com que o cérebro libere um hormônio chamado oxitocina, que está intimamente ligado à sensação de prazer e bem-estar físico”, esclarece Korb.

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Ser feliz é mais fácil do que parece. Conte para nós o que achou dessas dicas e as suas receitas para ter felicidade.


  • Escrito por Sumaia Santana da Equipe Eu Sem Fronteiras.

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