Nesta época de Olimpíadas e Paralimpíadas, me chamou muito a atenção os extremos da perfeição. Nas Olimpíadas, via-se a perfeição de cada músculo no trabalho do atleta. Nas Paralimpíadas, via-se o avanço da tecnologia auxiliando o atleta para a perfeição ser apresentada. Dedicação, superação e amor pelo que se faz existem em todos eles.
Escrevo hoje sobre esse tema, porque percebo que as pessoas estão cada vez mais integradas. Se antes existia um olhar de comparação, atualmente o olhar evoluiu. Percebemos os outros como diferentes e não mais como melhores ou piores. A diversidade pertence ao mundo e o mundo, por sua vez, é feito da diversidade! Nela crescemos, evoluímos, respeitamos e amamos. Qualquer coisa que seja diferente disso, denota preconceito, desrespeito e comparação. Essas são características muito fortes do orgulho ainda dominante no indivíduo. Pensar sobre isso e como nos sentimos em relação a cada um desses pontos, nos mostrará um pouco mais sobre o nosso nível de consciência e o quanto ainda precisamos caminhar.
Considerando que somos uma dualidade em termos de nível de consciência – egocêntrica e empática – essas situações nos permitem olhar para dentro de nós mesmos e percebermos como está cada uma dessas partes da dualidade em nós. Para compreendermos melhor onde nos encontramos, precisamos saber que nossa parte egocêntrica diz que somos melhores que os outros. Já a nossa parte empática, não compara, enxerga todos como seres humanos com as suas peculiaridades e limitações.
A pessoa com este transtorno pode fazer movimentos repetitivos, criar um ritual para realizar as coisas, pode ter dificuldade em estabelecer contato visual com o outro em uma conversa e costuma ser muito literal na forma de falar, ou seja, ela não compreende brincadeiras de sentido duplo. E, por isso, alguns podem achá-la ingênua e praticar o bullying. Saber que isso pode acontecer, me faz refletir sobre quem é mais necessitado: aquele que tem o transtorno ou aquele que pratica o bullying?
O filme nos mostra que, apesar do transtorno, a pessoa pode levar uma vida de realização e sucesso. É possível casar, ter filhos, ter uma profissão e se houver limitações, quem não as tem para viver!?
Roberta Haude que é mãe de Laura diagnosticada com o transtorno, tem um blog chamado Autismo e Maternidade, com o objetivo de interagir e auxiliar todas as mães que passam pela mesma experiência que ela. Roberta sempre estimulou e ofereceu à filha todo o necessário para ela se desenvolver e viver a vida da forma mais plena possível. O sucesso tem se comprovado. Laura estuda, tem sonhos e objetivos e é muito feliz. Da mesma forma, Michael Burry também vive a sua vida bem e feliz. Percebemos que, mais do que o olhar da Laura e de Michael Burry para o mundo, é o olhar do mundo para eles que precisa ser mais amoroso! Para Roberta, o remédio transformador é o amor. E é com essa dica, que encerro este artigo e deixo as seguintes perguntas para reflexão: “Como tem sido meu olhar para o próximo? Comparo e me acho melhor que ele ou tenho olhar de amor, porque somos todos especiais?”