Comportamento Convivendo

Redes sociais: A verdade sobre e sua toxicidade

Homem mexendo no celular com máscara no rosto e fumaça ao redor
Escrito por Anne Moon

Por Anne Moon. São Paulo, 29 de novembro de 2019.

Facebook, Instagram, Twitter, Youtube, LinkedIn, Snapchat, Tik tok, Tinder, Whatsapp…

Essas são as redes sociais mais famosas ultimamente. A todo momento, milhares de postagens, incluindo aquelas que se tornam virais. Ficou tudo muito acessível a apenas um clique. Podemos nos conectar com pessoas de qualquer lugar do mundo, o que é maravilhoso! Podemos aprender novas culturas, novos idiomas… Tudo! Existem tutoriais de todos os tipos, é muito conhecimento que podemos adquirir.

As redes sociais facilitaram muito profissionalmente. É surreal! Em um dia desses eu estava conversando com a escritora Toalá Carolina sobre a facilidade que a tecnologia nos trouxe. Estávamos relembrando o quanto era difícil lá nos anos 2000 fazer uma pesquisa, conectar-se com alguém na rede. A internet era discada, serviço oferecido pela rede de telefonia pública, através de um número de telefone fixo. Livros? Só físicos, e era difícil divulgar o que escrevíamos.

Celular em cima de mesa com aba de redes sociais aberta
Foto de dole777 no Unsplash

Hoje em dia podemos divulgar qualquer tipo de trabalho nas redes sociais. Não é uma coisa maravilhosa? Podemos compartilhar de tudo com outras pessoas e até mesmo fazer um marketing pessoal, não é mesmo? Muitos dizem que hoje está tudo fácil, muito acessível, mas falam como se fosse algo muito negativo.

Pense só, há umas décadas, para você ter acesso à informação, tinha que sair de casa, usar enciclopédias e teria sorte se achasse o que está buscando. Mesmo que lá nos anos 2000 a tecnologia já tenha avançado bastante, a internet não era tão popularizada quanto hoje, então era complicado. Quando eu tinha uns 12 anos, era impensável que a internet pudesse avançar tanto ao ponto de termos tanta acessibilidade e, principalmente, que pudéssemos usar a internet para fazer networking, uma ferramenta de trabalho.

Não vejo o avanço da tecnologia como algo tão negativo como algumas pessoas julgam, ainda mais com tantas coisas boas que chegaram para nós, mas eu gostaria de trazer algo mais realista. Gostamos de compartilhar o nosso melhor nas redes sociais, certo? Sempre compartilhamos a melhor parte de nossas vidas, viagens que fazemos, estilo de vida, nossos gostos, porém nem sempre tudo o que é mostrado nas redes sociais é real ou reflete 100% da vida de quem postou. Quer dizer, existem casos em que não reflete absolutamente nada de que quem postou.

Há pessoas que preferem usar as redes sociais para compartilhar o trabalho delas. Modelos, fotógrafos, cantores, atores, escritores, desenhistas, artesãos, lojas de todos os tipos e pessoas de todas as áreas profissionais. Há os que compartilham o que gostam. Lista de suas músicas preferidas, vídeos engraçados, lugares legais, opiniões políticas, acontecimentos da vida pessoal, séries e filmes preferidos, memes… Todo o tipo de coisa.

Eu tinha dito no início desse artigo que nas redes sociais normalmente é compartilhado a melhor parte da vida. Então, eu estou naquele grupo que concorda que as redes sociais não são um muro de lamentações, sou totalmente a favor de não sentirmos autopiedade, de não ficarmos no papel de vítima e, sim, no de autores de nossas próprias vidas. É claro que quando estamos expondo a nós mesmos nas redes sociais, queremos expor a melhor parte de nós, a melhor parte da nossa vida. Não temos a dimensão do alcance dos nossos posts. Não vamos ser ingênuos de pensar que somente nossos seguidores olham o que postamos, certo? Mesmo que seu perfil seja privado, ou que suas postagens estejam disponíveis apenas para quem você segue, certo?

Uma vez eu assisti uma reportagem de TV (não me lembro de qual canal) na qual um repórter faz um teste com algumas pessoas encontradas em perfis de redes sociais. Pasmem, esse repórter descobriu tudo sobre as pessoas (que foram testadas), apenas olhando as postagens delas. Onde elas trabalham, onde moram, onde os filhos dela estudam e até as rotinas de cada uma delas. O mais curioso é que ele conseguiu descobrir tudo isso com posts antigos delas. E aí? Parou para refletir nas coisas que você posta nas redes sociais? Quando assisti a essa reportagem, fiquei pensando em tudo que já postei e percebi que na internet nada passa despercebido, mas vou falar melhor sobre isso no final desse artigo.

Mão segurando celular em fotos no Tnstagram com notebook ao fundo
Foto de Lisa Fotios no Pexels

O assunto aqui é sobre filtrar o que vemos nas redes sociais. Nessa história de compartilhar o melhor da vida, o que vemos compartilhado nas redes sociais é apenas um palco. Quer dizer, parte do palco e, muitas vezes, o palco esconde muito ou tudo dos bastidores. Sabe aquela coisa de filmes? Você assiste, acha o filme a coisa mais linda, mas quando vê os bastidores, se decepciona. Cenas extremas que exigiram muito do elenco, acidentes, desavenças entre colegas…

Traga esse pensamento para o mundo das redes sociais. Quantas vezes você vê aquelas pessoas que parecem que tem a vida perfeita? Relacionamentos perfeitos, sempre alegres, satisfeitas, corpos sem nenhuma marca, estrias, gordura a mais, parece até uma propaganda publicitária, um catálogo de moda… Às vezes a gente se ilude achando que os posts dessa pessoa refletem 100% a vida dela.

Olha, vou ser bem sincera. Enquanto eu escrevia esse artigo eu pensei “Não devia ter que falar isso, pois é óbvio que o que postamos nas redes sociais não reflete toda nossa vida”, mas percebo que sim, há necessidade de falar sobre isso, pois esquecemos desse ponto quando estamos descendo o feed das redes sociais. Sempre queremos trazer coisas legais para nossos perfis, trazer coisas interessantes, que engajem, certo?

Mulher concentrada mexendo no celular
Foto de Andrea Piacquadio no Pexels

Me pergunto se isso já não passou dos limites, porque as pessoas não estão somente compartilhando suas melhores versões nas redes sociais, mas também uma versão que não existe. Corpos humanamente impossíveis de serem alcançados, pessoas perfeitas, sem defeitos, sempre felizes, seguras, finas e plenas. Por favor, vamos apenas analisar essa atitude como uma forma de alerta. Vocês já vão entender o motivo de eu falar isso.

O que estamos fazendo pelos likes nas redes sociais passou dos limites ao ponto de o Instagram ter tirado do aplicativo a visibilidade de likes nas publicações. O triste é ver essas pessoas cada vez mais inseguras ao perceberem que não são aquilo que mostram em seu feed, assim como há pessoas que consomem esses conteúdos e se frustram se comparando com as outras das redes sociais, buscando a vida perfeita e o corpo perfeito.

Não estou dizendo que não podemos procurar melhorar a nossa aparência, sendo que faz parte do autocuidado e temos, sim, que buscar melhorar em todos os aspectos na vida de uma forma leve. A questão é: Filtrar o que está sendo consumido na internet, se nivelar ao que você quer para a sua vida, os seus objetivos, a sua visão de vida bem sucedida (de forma realista).

Homem tirando selfie sorrindo em parede branca
Foto de Reafon Gates no Pexels

Outra coisa importante é blindar sua autoestima, de forma que você se depare com tais posts e sua autoestima permaneça intacta, pois não sabemos como essas pessoas são e estão na vida offline. Muitas vezes nem são tudo aquilo que mostram no mundo online. Em alguns casos, as pessoas que aparecem na internet não condizem em nada com as pessoas que estão atrás das telas.

Filtrar. Filtrar quem você segue, o que aparece em seu feed. Hoje em dia o meu tempo nas redes sociais é bem restrito, eu uso esse tempo para divulgação do meu trabalho aqui no site, da minha série de livros, para postar algumas coisas do meu estilo de vida, do meu dia-a-dia e tiro um tempo para responder leitores, amigos, colegas e familiares… Eu sou bem seletiva quanto ao que vejo nas redes sociais, me blindo de coisas que não fazem sentido em minha vida.

“Então eu tenho que viver numa bolha?”

Não, não tem que viver em uma bolha social, isso é impossível, mas veja essa minha linha de pensamento… Quantas vezes ao dia nos focamos em falar o que não queremos, não gostamos, que nos dá medo, tristeza e raiva? É claro que às vezes na vida vamos nos deparar com essas coisas, porém eu acredito em energia e em atração. Se passamos o dia inteiro falando sobre coisas que não gostamos, não queremos, que dão medo, tristeza e raiva, inconscientemente buscamos mais situações desse tipo. Não é algo místico, são escolhas.

Mulher cabisbaixa em frente janela
Foto de Tess Emily Seymour no Pexels

Quer a prova do quanto isso é real? Vou propor um exercício. Um exercício simples, a minha intenção não é prejudicar e nem interferir no processo e trabalho de ninguém, eu estou aqui como uma facilitadora de consciência, apresentando um estilo de vida novo, que vai ser um acréscimo na sua vida.

O exercício que estou te pedindo é estar presente para si mesmo, consciente de suas falas e atitudes. Preste atenção para quantas vezes você menciona as coisas que não gosta, não quer, o que te dá medo, tristeza, raiva… Depois analise o que acontece. Exatamente o que você não deseja começa a acontecer com você, pois, inconscientemente, sua mente queria provas de que seus pensamentos são reais.

Não faz sentido falar sobre coisas que não gostamos e não queremos, falar sobre coisas que nos entristecem, que nos dão medo ou raiva. Quando você tem consciência do que você gosta e quer, do que te alegra, te dá prazer em um sentido amplo, inconscientemente vai buscar coisas que comprovem esses pensamentos e sensações, que tornem isso a sua realidade. Sua mente vai até te mostrar meios e pessoas que vão te orientar nesse caminho.

Garota segurando fio com luzes e luzes ao fundo embaçadas
Foto de Kha Ruxury no Pexels

Por exemplo: quando você está lidando com outras pessoas, é muito mais fácil quando você deixa claro como você quer que a pessoa te trate, fale com você. Sabe aquela coisa que dizem que nós não sabemos ouvir um “não”? Que é muito mais fácil quando ouvimos um “sim”? Nisso, nós caímos naquele senso comum de que seria “Normal” fazer coisas que não queremos e não gostamos, principalmente quando se trata das outras pessoas. Quando você faz algo que não quer, que não gosta, cai naquela questão de dar limite. Então, fazer o que não gosta, o que não quer, por qual motivo? Tentativa de Coerção? Ego?

Se não encontrou algum motivo, você está agindo no automático, sem refletir sobre o que está fazendo. Se alguém está tentando te coagir – a pior forma de tentar persuadir alguém – falando que você tem que fazer algo, reflita sobre o motivo pelo qual você tem que fazer algo: seria só porque o outro quer, apenas para afagar o ego da outra pessoa?

Isso também serve para as redes sociais. Eu vejo nas redes sociais somente o que eu gosto, o que eu quero ver, coisas que me alegram, que acho legais. Sem falar que o tempo é algo precioso, então, eu gosto de usar meu tempo para coisas que me façam bem, sim, coisas que me divirtam, me alegrem, mas a maior parte eu uso para coisas que me elevem mental e espiritualmente, procuro me conectar e ser absorvida por isso.

É a mesma coisa com as “tretas” de internet. “Treta” em si já é algo que devemos manter longe. Já que estamos falando de redes sociais, nada passa “em branco”, ainda mais atualmente, com o cancelamento que não descansa nunca. Nenhum erro deve ser justificado e, sim, assumido. É preciso falar “sim, errei nisso e agora vou ver o que posso fazer a respeito”. Pessoas que são assim são admiráveis. Eu penso que admiráveis não são aquelas pessoas que precisam passar uma imagem de perfeição, mas as que são reais, com qualidades e defeitos, luz e sombras… Pessoas reais, que procuram melhorar a si mesmas e quando cometem erros, põe a mão no peito e falam olhando em seus olhos “eu errei nisso e nisso, fiz isso… Resta analisar o que eu posso fazer para contornar essa situação”, pois sabem que não são perfeitas, nem eu sou perfeita, ninguém é perfeito e nem precisa ser.

Mulher fazendo cara de triste
Foto de Andrea Piacquadio no Pexels

Nem precisamos fazer um julgamento dos outros como se fôssemos perfeitos, fiscalizando e, ao menor sinal de vacilo, cancelando a outra pessoa. Esse apego ao ego em excesso nos faz pensar que somos perfeitos e que temos o dever de julgar os outros, quando deveríamos buscar mostrar para a outra pessoa que ela deveria tomar outros tipos de atitude. Por favor, vou frisar novamente, não estou falando sobre ser passivo na vida, como eu já havia dito em meu artigo sobre Violência, segundo o budismo.

Eu falo de termos em mente que a internet não é uma terra sem lei, o que fazemos e falamos no mundo virtual também têm consequências, sejam boas ou ruins, nada fica perdido na internet. Quantas pessoas já foram destruídas nas redes sociais sem ao menos terem chance de ver onde erraram ou ao menos tiveram um direito de defesa? Quantas pessoas já vimos comentar coisas horríveis se achando na liberdade de atacar o outro? Quantas vezes olhamos para aquela foto de perfil, aquele post e lembramos que, acima de tudo, é um ser humano, uma vida atrás daquela tela de computador ou celular?

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Esse artigo é para falar sobre as coisas maravilhosas que a internet no geral nos trouxe e as desvantagens que nos trouxe, é para analisarmos a forma como a usamos hoje em dia. Eu poderia me aprofundar mais nesse assunto, mas como o tempo não permite e não quero me estender, posso falar melhor sobre isso em uma live. E aí, o que acha? Comente aqui se querem que eu fale melhor sobre isso lá no Instagram.

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Sobre o autor

Anne Moon

Anne Moon é uma escritora graduada em letras que nasceu e mora em São Paulo com seus pais e com o irmão mais velho. Desde criança adora escrever e contar histórias. Antes dos 10 anos já havia escrito duas histórias de ficção e uma biografia, e aos 14 anos começou a escrever o primeiro volume, “The Rise of the Fallen”, da série de livros “Dark Wings”

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