Autoconhecimento Yoga

Shiva, Shakti e presença

Representação de Shakti
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Escrito por Juliana Ferraro

Shiva é o Deus Hindu que tem o corpo azul, vários dreads e uma serpente enrolada nele. Também conhecido como Nataraja, na sua representação como Deus dançarino.

Shakti é a sua consorte e uma das representações da Mãe Divina, a Deusa.

Shiva representa a consciência universal. A consciência que permite que tudo flua de maneira espaçosa. Tudo, sem eliminar nada. O que julgamos ser mau e o que julgamos ser bom, para a consciência, não há dualidade.

E é por isso que Shiva abre espaço para ser consciente do princípio criador de tudo o que há, Shakti. O feminino é a criação. Engloba todo o mundo da matéria em todas as suas manifestações.

Escolher uma forma e excluir outras é ignorar o feminino em si próprio, que é a criação de tudo, para sempre fluindo, inesperado.

Quem escolhe o que dessa força feminina deve ser visto ou não é o ego. O ego, em certa forma, quando quer enquadrar o feminino, a natureza, os fenômenos da matéria, acaba ignorando o próprio princípio feminino em si. O que desonra a Deusa, a mãe.

Shiva é a grande consciência que abre espaço e deixa que Shakti seja quem ela é.

Representação de Shiva e Shakti no festival
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Toda a trama dos contos e mitologias, assim como na mitologia grega, é uma representação de nossa psique, de nosso eu.

Todos nós somos pura consciência e temos o poder de Shiva, de observar e de contemplar tudo o que surge. E todos somos Shakti, somos matéria e manifestamos da mesma forma, fluida, sempre mudando, nossa existência.

A União dos dois é o equilíbrio, a união perfeita. Que acontece dentro de nosso ser.

Isso acontece quando adotamos práticas contemplativas, como a yoga e a meditação, na intenção de abrir espaço para o que se manifestar, mantendo esse espaço, honrando o feminino, a força criativa, a Deusa e a própria vida, que somos nós encarnados na matéria.

Só podemos fazer esse exercício de enxergar por meio dos véus da ignorância, que julga, separa, dualiza e exclui, quando temos o véu para ser visto. Por isso que estamos aqui, pois o nosso papel não é nada mais, nada menos, que unir, dentro de nós, Shiva e Shakti, estarmos conscientes e presentes.

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Toda essa história serve para contar mais uma vez a mesma coisa: a única coisa que importa é o momento presente.

Sobre o autor

Juliana Ferraro

Juliana Ferraro é psicóloga por formação e viajante por amor às coisas novas da vida. Seu contato com diferentes línguas e culturas começou quando ela ainda trabalhava no Club Méditerranée. Depois fez um mochilão pelo mundo em busca de autoconhecimento. Em pouco mais de um ano conheceu diversos países asiáticos, em especial a Índia, onde fundou uma paixão profunda pela yoga e pela meditação. No Brasil: morou, deu aulas de yoga e se formou como massoterapeuta, em Paraty, RJ. Foi nessa época que concluiu quatro cursos de dez dias de meditação Vipassana e se aprofundou na prática de Ashtanga Yoga. Hoje, ela está estudando Ashtanga Yoga no KPJAYI, em Mysore, Índia. E dá aulas de Ashtanga Yoga online.

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