Autoconhecimento Comportamento

Síndrome de impostor

Mão segurando uma máscara plástica no lugar em que estaria seu rosto, escondendo-o.
mask in hand.halloween concept
Escrito por Anne Moon

“Síndrome do impostor”. Conhecem, já ouviram falar? Sabiam que é muito mais comum do que pensamos? Pois é, não é algo exclusivo do mundo da arte, essa síndrome pode afetar qualquer um, de qualquer área.

A síndrome do impostor é aquele sentimento de que você seja uma fraude, seja no pessoal, quanto no profissional. ISSO, mesmo tendo conquistas incríveis, mesmo sendo uma pessoa incrível.

Por exemplo: você tem uma boa vida financeira (ou ainda emergindo), boa vida amorosa (está evoluindo), boa vida pessoal (se sentindo bem consigo mesmo), mas não consegue internalizar esse sucesso, não consegue se sentir realizado pelo complexo de inferioridade, de que não é bom o suficiente, fica nessa crença do não merecimento, simplesmente se acha inadequado.

Mulher vista de perfil, mexendo em seu cabelo cabelo com a mão, com expressão infeliz.

“Mas isso seria ingratidão, não?”

Não é isso, a pessoa que se sente um impostor, tem SIM noção do próprio sucesso e das próprias conquistas, mas ao invés dela atribuir a si mesmo, ao seu esforço, ela atribui a um mero acaso ou por que alguém ajudou – sendo que mesmo com a ajuda de alguém, seu sucesso dependeria dela mesma –assim se vendo como uma fraude que logo seria desmascarada.

Como falei no início desse artigo, é uma síndrome que afeta quem está começando uma carreira e afeta aqueles que estão em carreiras competitivas, por exemplo: atletas, artistas e empresários que em suas áreas estão sempre sendo avaliados. Isso a atinge quando ela internaliza as críticas.

Vamos olhar isso com empatia, lembrando que essa síndrome pode afetar QUALQUER pessoa. Não somos de ferro, temos momentos de insegurança.

Imagem ampliada de um atleta ajoelhado, momentos antes de dar início à corrida.

Temos que nos lembrar que a sociedade está sempre nos cobrando, criticando, testando, temos que estar preparados para isso, saber como lidar da forma que o contexto pede.

Como eu disse, embora isso seja mais comum com atletas e artistas -principalmente escritores – QUALQUER PESSOA pode algum dia passar pela síndrome de impostor, se sentir uma fraude.

“O que faz com que a pessoa se sinta assim?”

O sentimento de ter que sempre se esforçar. Não falo em a pessoa se propor a fazer o necessário para alcançar o que se deseja, mas ela acha que tem que fazer um esforço maior do que o necessário. Sempre se esforçando para que seu esforço possa justificar seu sucesso.

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Ele mesmo pode se sabotar, por acreditar que o fracasso é inevitável e a qualquer momento alguém mais experiente vai desmascará-lo. Sendo assim se esforça menos, por acreditar que não dará certo, evitando julgamentos e críticas.

Geralmente procrastinam muito! Adiam muitas coisas pelo medo de serem avaliados e julgados. Ou eles escolhem tarefas que dão mais discrição para evitarem serem avaliados.

Relacionado à procrastinação, existe o perfeccionismo, a comparação, o complexo de inferioridade e o sentimento de nunca ser bom o suficiente, gerando angústia e insatisfação.

A necessidade de agradar as outras pessoas, de ter aprovação, podendo se sujeitar até mesmo a situações muito humilhantes. Mais uma vez ela lida com o stress e a ansiedade, achando que a qualquer momento alguém vai desmascará-la ou vai substitui-la.

Homem sentado em sofá, com as pernas cruzadas e a mão sobre o rosto, aparentando estar estressado e infeliz.

A pessoa pode também ter crenças limitantes sobre o sucesso e a autorrealização. Se lembram que eu falei sobre a pessoa não conseguir apreciar o processo, o sucesso, por acreditar não ter nada a ver com o mérito próprio? Pois é, existe também a crença de que para atingir o sucesso e a autorrealização, tem que ter sorte, estar no lugar certo.

Quando se nasce em um lugar com muitas cobranças, por resultados e a alta performance exagerados é comum essa síndrome. Pressão da sociedade também.

Em um discurso, a ex-primeira-dama dos Estados Unidos, Michelle Obama mencionou a síndrome do impostor. Ela fala sobre como afeta os mais jovens, pelo sentimento de não pertencimento. Esse sentimento de ser uma fraude também a atingiu na época da posse de Barack Obama, se perguntava se seria boa o suficiente e se estaria a altura de ser a primeira-dama dos Estados Unidos.

Percebem o quão profundo é falarmos sobre essa síndrome? Além de trazer todos esses aspectos, ela traz também a sensação de inadequação, isso não só na parte profissional, mas também na parte social.

Menina sentada em uma cadeira, olhando pela janela, com as mãos segurando as pernas juntas ao peito.

“Anne, descobri que tenho a síndrome do impostor, o que faço?”

Autoconhecimento. Analise como que isso te afeta, se isso afeta o seu lado profissional ou pessoal.

Converse sobre isso com alguém, não se esqueça que você não está sozinho.

Comemore suas conquistas! Claro que ninguém faz sucesso sozinho, mas se dê o devido mérito! Não importa se as pessoas acham que isso é ser egocêntrico, egoísmo, ingratidão… Você não deixa de ser grato a quem te ajudou, quem colaborou com suas conquistas, só por que você agradeceu a si mesmo.

Agradeça sim a ajuda e a colaboração que você teve, mas agradeça a si mesmo também!

Silhueta de uma pessoa em pé em um campo, com os braços estendidos em sinal de gratidão.

“Ah, mas quem fica agradecendo a si próprio é por que se acha demais”

Claro que não! Isso é reconhecer seu próprio esforço! É você falar: “ Sou grata/o por eu ser quem eu sou, grata/o por ter ido atrás dos meus objetivos, por não ter desistido, grata/o por ser determinado/a, perseverante, ter confiado em mim mesma/o, aprendido o que eu aprendi nesse processo, evoluído, ter encontrado pessoas incríveis que me apoiaram, que percorreram comigo esse caminho. Sinta orgulho de si mesmo! Sinta orgulho de quem você se tornou, se apodere sobre quem você é. AUTORRESPONSABILIDADE que fala né?

Temos sim que nos dar um crédito. Ouvi umas vezes que devemos tratar a nós mesmos como trataríamos aos outros, pois só podemos dar ao outro o que possuímos em nós. Por que ser tão brando com as pessoas e muito rígidos conosco? Elogiamos aos outros, muitas vezes por coisas que seriam o básico! A pessoa é educada conosco, muitas vezes falamos “nossa, me deu oi ou bom dia, me tratou bem, me respeitou… Gostei dessa pessoa!” Não! Você nem conhece a pessoa, “aquiete as calças” aí! A pessoa só foi educada! É o mínimo para socializar! Leiam melhor em meu artigo sobre amor-próprio e relacionamentos abusivos.

Mulher em uma competição de corrida, correndo com um sorriso no rosto.

Banque, sustente quem você é, suas conquistas, não deixe ninguém diminuir seus esforços, suas conquistas, não se cobre demais! Fique em paz, viva em paz, se desapegue!

Você não tem que provar nada a ninguém, quem quiser te conhecer, vai saber a verdade sobre a sua pessoa. Temos apenas que superar a nós mesmos a cada dia, não nos limitar, viver com leveza – O tal do desapego.

Om shanti! Namastê!

Sobre o autor

Anne Moon

Anne Moon é uma escritora graduada em letras que nasceu e mora em São Paulo com seus pais e com o irmão mais velho. Desde criança adora escrever e contar histórias. Antes dos 10 anos já havia escrito duas histórias de ficção e uma biografia, e aos 14 anos começou a escrever o primeiro volume, “The Rise of the Fallen”, da série de livros “Dark Wings”

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