Osexo é uma força, uma conexão. Na Era Glacial, a sexualidade já retratada. A Vênus de Willdendorf, descoberta em um sítio arqueológico nas proximidades de Willdendorf (Áustria) em 1908 pelo arqueólogo Josef Szombathy, é a imagem de uma mulher com seios e bumbum grandes. Especialistas afirmam que as mulheres gordas eram as mais desejadas da época.
Na Idade da Pedra Polida, 10 mil a.C, os homens domesticaram os animais e o conceito de monogamia surgiu. Na Grécia, a homossexualidade masculina e feminina era bem vista pela sociedade. Aliás, a palavra homossexualidade é uma combinação dos termos homo=igual e do termo latino sexus=órgão genital. A pederastia, relação entre um homem adulto e um adolescente também era vista com naturalidade. A prática era uma preparação para a vida adulta. A mitologia grega diz que Orfeu, um dos mais conhecidos seres mitológicos se apaixonou por adolescentes após a viuvez.
Em Roma, o sexo entre escravos era punido com a morte. A prostituição era exercida por escravas gregas ou orientais. A pederastia também era aceita. A homossexualidade feminina era vista com bons olhos. Nos banhos públicos, as mulheres casadas saciavam seus desejos com as chamadas “escravas felatoras”. O ato sexual acontecia no escuro. As casas eram decoradas com pinturas e mosaicos com motivos sexuais.
Na Idade Média, a Igreja Católica ditava as regras no sexo. O prazer era visto como algo irracional. A Igreja acreditava que sem fiscalização masculina as mulheres se entregariam ao sexo e a corrupção. O cinto de castidade fazia parte da rotina feminina. O mais antigo da história é o cinto de Bellinfortis, produzido em 1405. A peça tinha aberturas farpadas para a saída da urina. A nudez era algo condenável até mesmo durante o ato sexual. O controle exercido pela Igreja Católica envolvia o aconselhamento sobre posições. Somente a posição de “missionário” ou papai-e-mamãe era considerada natural. O teólogo Albert Magnus, entretanto, questionou tal instrução e estabeleceu as posições mais aceitáveis. Vejam como ficou a lista, da mais aceitável para a menos:
- Missionário (papai-e-mamãe)
- De ladinho
- Sentada (a mulher por cima)
- Em pé
- Penetração vaginal por trás
A importância do sexo
Há quem afirme que os únicos relacionamentos sem sexo são os relacionamentos com a mãe, pai e irmãos. E a amizade? Não é quase uma relação fraternal? Nem sempre, para muitos, a amizade colorida é uma prática recorrente.
O sexo é uma conexão. Sem amor é bom, mas, com envolvimento afetivo é melhor ainda. Faz muito bem a pele. Feito pela manhã deixa você em estado de graça o dia todo. Feito a hora que for as endorfinas liberadas durante o ato sexual aliviam o estresse. Se esses fossem os únicos benefícios do sexo, já seria bom demais. Entretanto, a lista de vantagens é extensa. Nós vamos detalhar alguns deles.
- Melhora a imunidade
Pesquisadores da Universidade Wilkes, na Pensilvânia, descobriram que transar uma ou duas vezes por semana protege o corpo contra vírus e vermes.
- Melhora o sono
Após o orgasmo, há uma liberação de prolactina. O hormônio provoca relaxamento e sonolência. Estudo realizado na Inglaterra pelo Sanctuary Spa e publicado no jornal Daily Mail. aponta que 17% das mulheres dormem mais e melhor depois do sexo.
- Reduz casos de depressão
O ato sexual libera os hormônios ocitocina e endorfina, ligados ao bem-estar.
- Tonifica os músculos
Vários grupos musculares são trabalhados durante o sexo. A prática frequente é tão eficaz quanto os exercícios na academia, sem contar que é bem mais divertido.
- Alivia dor de cabeça
Pesquisa publicada no jornal Cephalalgi, da Sociedade Internacional de Cefaleia, pessoas com enxaqueca apresentam melhora significativa dos sintomas.
- Reduz diabetes
Fazer sexo melhora a ação da insulina, por isso, reduz o risco de diabetes tipo 2. É o que aponta o estudo do Journal of the American Medical Association.
- Faz bem ao coração
Aumenta a frequência cardíaca, equilibra os níveis de estrogênio e testosterona. Doenças cardíacas são relacionadas ao desequilíbrio desses hormônios.
- Diminui risco de câncer de próstata
O Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos afirma que 21 ejaculações mensais reduzem em 33% os riscos de câncer na próstata.
- Traz longevidade
Mas, existem alguns detalhes que atrapalham. Vergonha do próprio corpo, tabus impostos pela religião ou criação muito rígida. Falta de comunicação e estresse são outros fatores que comprometem a vida sexual. Problemas físicos também atrapalham e impedem o sexo. Vamos conhecer os problemas mais comuns a mulheres e homens, além de saber o tratamento para cada um deles.
Mulheres
- Perda da libido
Atinge entre 15% a 35% das mulheres. Alterações hormonais, parto, amamentação e menopausa são responsáveis. Confiram outros problemas sexuais femininos. Mulheres com a libido em baixa devem consultar o ginecologista. Não encontrado nenhum problema físico, orientação psicológica é bem-vinda.
- Anorgasmia
A incapacidade em chegar ao orgasmo. Mais de 50% das mulheres sofrem com este problema. A anorgasmia é dividida em três grupos. No primário, a mulher nunca teve um orgasmo. No secundário, parou de ter em algum momento. No situacional, determinadas situações impedem o orgasmo. Não conhecer o próprio corpo, falta de diálogo, parceiro pouco habilidoso, tabus religiosos e repressão na infância são as principais causas da anorgasmia. A mulher precisa procurar seu ginecologista para avaliar se não existe alguma doença. Afastada esta possibilidade, terapia individual e de casal podem ajudar.
- Dispareunia
Dor durante o ato sexual. É uma doença psicofisiológica, ou seja, fatores físicos e psicológicos estão envolvidos. Dentre os problemas físicos, destacamos corrimento e infecção vaginal, doenças de pele que atingem o genital, como a foliculite e a pediculose púbica (“chato”), doenças sexualmente transmissíveis, doenças que afetam o ânus e infecção urinária. Já os fatores psicológicos estão sentimentos de culpa causados por uma criação repressora, crenças religiosas, traumas relacionados à sexualidade e medo de machucar o bebê. Procurar a orientação do ginecologista é o primeiro passo. Terapia também faz parte do tratamento.
- Vaginismo
A contração involuntária dos músculos da vagina. As causas ainda não são conhecidas, porém, infecção urinária, problemas intestinais e falta de lubrificação estão relacionados ao vaginismo. Histórias de abusos, tabus religiosos e falta de autoestima também podem provocar esta contração. O ginecologista fará um exame clínico para confirmar ou afastar problemas físicos. Tratamento psicológico ajudará a mulher a acabar com possíveis traumas.
Homens
- Disfunção erétil
A disfunção erétil ou impotência é a incapacidade em ter ou manter a ereção, em pelo menos 50% das tentativas. Diminuição do nível de testosterona, remoção de tumores malignos na próstata, obesidade, diabetes, hipertensão, lesão na medula, doenças vasculares, consumo exagerado de remédios, alcoolismo e tabagismo são as principais causas deste problema. Fatores psicológicos também estão relacionados, segundo especialistas eles são responsáveis por 90% dos casos. O médico pedirá exames clínicos para confirmar ou excluir doenças físicas. Terapia ajuda muito nesse caso.
- Ejaculação precoce
É quando o homem atinge o orgasmo após um minuto de penetração. A ejaculação precoce também ocorre na masturbação. O problema atinge um em cada três homens. Aumento anormal da sensibilidade da glande, infecção na próstata, estresse, inexperiência, longo período de abstinência são as principais causas da ejaculação precoce. O tratamento inclui medicamentos e exercícios para aprender a retardar a ejaculação. A técnica de compressão consiste em comprimir a glande por cinco segundos após o primeiro momento de maior excitação. Isso dificulta a entrada do sangue no pênis. Na técnica stop-start, o homem fica por cima durante o ato sexual. Após a penetração, ele para os movimentos no primeiro momento de maior excitação. Terapia comportamental também acompanha o tratamento.
- Inibição ejaculatória
A ejaculação retardada atinge entre 2% a 8% dos homens. Desejo e presença de ereção não são suficientes para a ejaculação. Após a mulher atingir o orgasmo, dá um “branco” e o homem pensa que não vai conseguir gozar. A inibição ejaculatória pode ser primária, quando o homem nunca ejaculou. Secundária, quando a ejaculação retardada surgiu ao longo da vida. A inibição ejaculatória situacional é quando ela ocorre em alguns momentos.
O médico recomenda alguns exercícios. O homem pode se masturbar na frente da mulher ou ser masturbado até a ejaculação. A mulher pode masturbar o homem mantendo o pênis próximo a vagina. Quando ele estiver perto de atingir o orgasmo, ela coloca o pênis na vagina e o homem faz movimentos até conseguir ejacular.
Confiram outros problemas sexuais masculinos:
- Anorgasmia: incapacidade para chegar ao orgasmo.
- Dispareunia: a dor durante o ato sexual também atinge os homens, mas é pouco comum. Problemas físicos e psicológicos estão envolvidos.
Os problemas sexuais podem ser psicofisiológicos (união de problemas físicos e psicológicos). Contudo, especialistas afirmam que questões psicológicas estão envolvidas na maioria dos casos. Como o sexo é uma conexão entre duas pessoas, ambos devem trabalhar para resgatar a vida sexual. Preparamos dicas super especiais para ajudar você a recuperar o desejo, consequentemente, a felicidade.
- Diálogo
A resolução de qualquer problema começa com uma boa conversa. Conversem sobre medos, desejos e expectativas. Não façam cobranças, aproveitem o momento para despirem-se de tabus e traumas.
- Autoestima
Como sentir desejo sentindo-se feio? Impossível, né? Ambos precisam cuidar da aparência. Unhas, cabelo e pele bem cuidados, roupas bonitas. Lembra do início do namoro quando ambos passavam horas cuidando desses detalhes? Recuperem isso, não para agradar o outro, mas, pelo prazer de estar bem consigo.
- Digam “eu te amo”
Ao desligar o telefone, ao se encontrarem, ao se despedirem…
- Abraços
Basta 30 minutos para a liberação de oxitocina, um dos hormônios responsáveis pelo prazer. Um bom abraço logo pela manhã aumenta a vontade de fazer sexo.
- Beijar feito adolescente
Beijar é tão excitante quanto o sexo. Na adolescência, o beijo era a coisa mais íntima e excitante. Ressuscitem isso. Beijem como se estivessem descobrindo os prazeres de um relacionamento.
- Expectativas
Troquem mensagens dizendo o quanto gostam um do outro. O conteúdo também pode ter conotação sexual.
- Explorem o corpo
Não fiquem concentrados no óbvio. Explorem todo o corpo um do outro e preparem-se para novas sensações. Experimentar posições é outra ótima maneira para os dois explorarem o corpo.
- Façam sexo em lugares diferentes
Banheiro, cozinha, área de serviço, motel. Mudar de ares fará muito bem ao casal.
- Pós-sexo
Após o sexo, aproveitem para ficar abraçados. Nem precisa conversar. O silêncio já mostrará o amor e a cumplicidade.
O sexo é uma conexão. É mais gostoso que chocolate e sorvete. É uma das melhores coisas da vida. Porém, questões físicas e psicológicas comprometem o ato sexual. Ao primeiro sinal de problemas, conversem e procurem ajuda médica. Nada pode atrapalhar algo tão importante quanto o sexo. Sigam todas as recomendações e preparem-se para resgatar a intimidade e experimentarem uma nova era de felicidade e prazer.
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Texto escrito por Sumaia Santana da Equipe Eu Sem Fronteiras.