Autoconhecimento Nutrição

Quando me tornei vegetariana

Mulher temperando salada de vegetais na cozinha.
Escrito por Giselli Duarte

Na minha infância, eu era obrigada a comer tudo o que os meus pais e meus irmãos mais velhos julgavam ser importante para a minha nutrição.

Eu sempre fui aquele tipo de pessoa que vê uma porção de brócolis e fala: “Hummmm, eu quero comer!”

Porém, desde pequena eu nunca gostei da ideia, nem do gosto, de comer animais. Na maioria das vezes que me faziam comer, eu comia por obrigação. Fazendo caras e bocas. E nas outras vezes, quando ninguém estava olhando, eu simplesmente embrulhava os pedações de carne nos guardanapos para fingir que eu havia comido tudo.

Obviamente, a minha mãe sacava a minha “genialidade” de me safar de mais duas horas na mesa. Pois em casa era assim, ficar na mesa até comer tudo. Minha mãe sempre respeitou aquele momento de, que talvez, “aquele dia em especial” eu não estivesse a fim de comer carnes. A verdade é que, eu nunca estava a fim.

Fui crescendo, crescendo e crescendo até um dia ter a doce liberdade de colocar o que eu quisesse no meu prato e saborear com a mais perfeita paz. Isso mudou a minha vida!

Como na infância eu já tive fases de anemia, a minha mãe se preocupava muito com a minha alimentação. Tomei sulfato ferroso e ácido fólico para combatê-la. Por várias vezes tentaram me dar fígado para comer. Só que eu nunca consegui comer. Por algum motivo, o fígado significava um nível além do aceitável para comer.

Um acidente no meio do percurso chamado: Pressa!

Jovem tomando suco verde enquanto está sentada no sofá.

Em meados de 2008, após completar 18 anos, eu fiz alguns ensaios sobre o vegetarianismo. Em minhas refeições eu cortava aqui, comia ali. E vi que foi uma experiência bem legal. Confesso que eu não tive muita paciência em cortar e substituir aos poucos para então cortar a carne de vez. Foi então que em 2009 eu tive a grande ideia em cortar tudo de uma vez só, sem substituir corretamente. Mas tudo o que você puder imaginar! Todos os tipos de carnes e seus derivados também, everything, buddy!

O que aconteceu, você já deve imaginar, não é mesmo? Depois de alguns dias, fui parar no hospital. Eu fiquei mega fraca. Não conseguia fazer praticamente nada sozinha. Naquele dia eu tive a sorte de um dos meus irmãos e minha mãe estar em casa.

Após o susto, para a minha infelicidade, eu tive que voltar a comer carne. Quando o nosso organismo está acostumado a comer certos alimentos, não devemos cortá-los de vez! Isso vale para quem deseja cortar o açúcar, café e até o chocolate. É como se essas substâncias fizessem parte do funcionamento do nosso organismo. Uma hora ele vai sentir uma baixa porque a gente não ingeriu o que o corpo já está acostumado, e mais cedo ou mais tarde, o alarme da nossa máquina chamada corpo humano vai soar. E isso não é nada agradável, não.

Tive que fazer toda uma adaptação.

Lenta, porém muito efetiva. Busquei conhecimento apropriado, acompanhamento e desde então, busquei fazer exames para saber se estava tudo bem. Faço-os até hoje, tá?!

Estou há “alguns muitos anos” sem comer carne e sou MUITO feliz assim, obrigada! Não foi fácil, pois além do acompanhamento, da lenta adaptação, tive uma torcida inteira lutando contra. Todos me diziam que eu seria doente, anêmica e outras coisitas mais. Até hoje um dos meus irmãos, quando me vê pergunta: “E aí, ainda tá naquela fase veg?” Pois é, aquela fase de 10 anos…

Vale ressaltar que a minha anemia ficou na infância.

Mulher comendo salada e sorrindo para câmera.

Apesar de algumas pessoas acharem cool ser o diferentão da casa, eu não gostava das implicâncias nem das piadas, mas é o que acontece quando você é a caçula que decide que algumas coisas você fará um pouco diferente dos demais. Nesse percurso todo, eu aprendi a ver um mundo completamente novo, só porque eu não comia mais carne.

Vegetarianismo e a atividade física

O mais legal de tudo isso, é que a vegetariana da casa sempre foi a mais ativa no âmbito outdoor. Sempre gostei muito de correr, fazer trilhas e academia. E isso tudo sempre suplementado com as marcas de suplementos veganas. Quando eu morava no Rio de Janeiro, eu corria nas praias ou no parque do condomínio. Já me aventurei a fazer escalada e rapel nas falésias mais lindas de lá! Tentei o surf, mas me contentei com o SUP.

No final de 2014 eu fiz a travessia da Joatinga, em Paraty. Foram quatro dias mata adentro, acampando um dia em cada praia, tudo à base de proteína vegetal. O mais maravilhoso nessa travessia, é que os organizadores da empresa faziam sempre uma refeição à parte, quando havia carnes nas refeições coletivas. Eu e a Claudinha, uma mega maratonista incrível que também é vegetariana, ficamos completamente gratas por tanto amor e dedicação por parte da equipe. Porque só quem não come carne percebe que ela é consumida frequentemente até mesmo nos pratos mais simples.

Também tive muito aprendizado no yoga.

Na minha formação em hatha yoga eu tive a honra de ter aprendido com um mestre vaishnava. O Hari nos ensinou muita coisa que complementou no campo nutricional, além de nos apresentar os mais surpreendentes ingredientes ayurvedicos. Compartilhou muitos ensinamentos, como o poder que a spirulina tem, por exemplo. O aprendizado sem dúvidas foi integral.

Mulher fazendo yoga na sala de casa.

Hoje eu entendo o que Steve Jobs discursou aos formandos da Universidade Stanford em 2005, sobre ligar os pontos. Olhando para trás, percebo que toda a minha jornada até aqui fez muito sentido. Um curso aqui, um livro ali e tudo tem harmonia. O fato de nunca gostar de comer animais, a compaixão que eu sempre tive por eles, a minha própria sensibilidade de ver as coisas. Tudo se encaixa. Nesse caminho eu vou aprendendo a refinar os meus sentidos.

Mudando hábitos alimentares

Se você quer mudar os seus hábitos alimentares, não faça como eu fiz em 2009. (risos).

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Vá com calma, conheça-se e faça as adaptações de acordo com as suas necessidades. Não desanime. Muitas coisas farão parte do processo. Muitas coisas, mesmo! Pense como se você estivesse trocando os seus óculos antigos por um par totalmente novo.

Ah, vale lembrar: Tudo o que a gente aprende como bom para nós, queremos logo compartilhar com quem mais amamos para que eles também sintam o bem-estar que sentimos por algo que está nos fazendo bem. Mas entenda que nem todos estarão nessa vibe, e está tudo bem! Segue o fluxo e rema para o sucesso.

Vamos compartilhar experiências? Me conta aqui depois como tem sido essa mudança.


Você pode se interessar por outros artigos desta autora, por exemplo: O despertar para uma nova consciência começa em você!

Sobre o autor

Giselli Duarte

Nunca fui alguém que se contenta em observar a vida passar. A inquietação sempre pulsou em mim, guiando-me a atravessar caminhos diversos, por vezes improváveis, mas sempre significativos. Não se tratava de buscar respostas rápidas, mas de me deixar ser moldada pelas perguntas.

Meu primeiro contato com o trabalho foi aos 14 anos. Não era apenas sobre ganhar meu próprio dinheiro, mas sobre entender como o mundo se movia, como as relações de troca iam além de cifras. Com o tempo, percebi que meu lugar não seria apenas cumprir horários, mas criar algo próprio. Assim, aos 21, nasceu meu primeiro negócio, registrado formalmente. Desde então, empreender tornou-se tanto profissão quanto paixão.

Mas, por trás dessa trajetória profissional, sempre existiu uma busca interior que muitas vezes precisei calar para priorizar o mundo exterior. Foi somente quando o cansaço me alcançou na forma de burnout que entendi que não podia mais ignorar a necessidade de olhar para dentro. Yoga e meditação não foram apenas escapes, mas verdadeiras reconexões com uma parte de mim que havia sido negligenciada.

Foi nesse espaço de silêncio que descobri o quanto a curiosidade que sempre me guiou podia ser dirigida também para dentro. Formei-me em Hatha Yoga, dentre outras terapias integrativas, e comecei a dividir o que aprendi com outras pessoas, conduzindo práticas e compartilhando reflexões em plataformas como Insight Timer e Aura Health. Ensinar, percebi, é uma das formas mais puras de aprender.

A escrita foi um desdobramento natural desse processo. Sempre acreditei que as palavras possuem a capacidade de transformar não só quem as lê, mas também quem as escreve. Meus livros, No Caminho do Autoconhecimento e Lado B, são registros de uma caminhada que não se encerra, mas que encontra sentido na partilha. Participar de antologias poéticas também me mostrou a força do coletivo, de somar vozes em algo maior.

Cada curso que fiz, cada desafio que enfrentei, trouxe peças para um mosaico em constante formação. Marketing, design, gestão estratégica – cada aprendizado me preparou para algo que, na época, eu ainda não conseguia nomear. Hoje, entendo que tudo se conecta.

Minha missão não é ensinar verdades absolutas, mas oferecer ferramentas para que cada pessoa possa encontrar suas próprias respostas. Seja através da meditação, da escrita ou de uma simples conversa, acredito que o autoconhecimento é um processo contínuo, sem fim, mas cheio de significado.

E você, o que tem feito para ouvir as perguntas que habitam em você? Talvez nelas esteja o próximo passo para um novo horizonte.

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Meditação para quem não sabe meditar

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