Existem muitas formas de existir no mundo. Há também diferentes formas de amar, de se aceitar e de se mostrar para as outras pessoas. Em toda essa diversidade, há as pessoas que são transexuais e as pessoas que são travestis.
Embora os nomes sejam parecidos, cada palavra delimita formas diferentes de se colocar no mundo. Uma pessoa transexual nasceu e cresceu vivendo um gênero com o qual não se identifica. Algumas podem se identificar com o corpo que têm, outras não. O que as diferencia é que elas gostariam de performar os padrões do gênero oposto ao delas.
Nesse caso, uma pessoa que nasceu como mulher pode preferir reproduzir comportamento e aparência típicos de homens, masculinos. Da mesma forma que uma pessoa que nasceu como homem pode preferir reproduzir comportamento e aparência típicos de mulheres, femininos.
As pessoas que são travestis, por outro lado, são homens que se vestem como mulheres. Não necessariamente se incomodam com a genitália com a qual nasceram, podendo nunca alterar o próprio corpo de forma a se assemelharem ao sexo oposto.
Como esses dois grupos de pessoas vivem de uma forma diferente do que é convencionado como correto pela sociedade, travestis e transexuais enfrentam preconceito e discriminação. É por isso que o Dia Nacional da Visibilidade de Travestis e Transexuais, celebrado em 29 de janeiro, é um estímulo pela aceitação e pelo respeito desses jeitos de existir.
A data foi criada porque, em 29 de janeiro de 2004, pessoas transexuais e travestis fizeram uma passeata até Brasília, disseminando a campanha “Travesti e Respeito”, com o objetivo de levar esse tema para as pautas de discussão do Congresso Nacional.
Desde então, infelizmente, o cenário para a sobrevivência desses grupos não é o ideal. O Brasil é o país que lidera o ranking de homicídios de pessoas transexuais, de acordo com a ONG Transgender Europe, que lançou esse dado em 2016.
Cerca de 868 travestis e transexuais foram mortos no Brasil de 2008 a 2016. Deve-se levar em conta, ainda, que nem todos os homicídios dessa parte da população entram para as estatísticas.
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A Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) identificou, por meio do Mapa dos Assassinatos de Travestis e Transexuais, que, em 2017, foram 179 homicídios de pessoas trans e travestis no Brasil. Ou seja, a cada 48 horas, uma pessoa trans ou travesti é morta no país.
O Dia Nacional da Visibilidade de Travestis e Transexuais permite que esses grupos sociais sejam trazidos para a esfera pública de discussões, promovendo a compreensão dessas realidades e lutando para que as condições de vida dessas pessoas sejam dignas.
Além disso, são as lutas que duram o ano todo que resultam em benefícios para essas comunidades. Um resultado disso é a permissão para o uso do nome social em escolas, bancos, ambientes de trabalho e em grupos de amigos. O nome social é o nome que uma pessoa escolhe ter, em harmonia com o gênero com o qual ela se identifica.
É por meio da visibilidade trazida para travestis e transexuais que é possível humanizar essas pessoas perante a mídia e perante o público para que elas não sejam entendidas como algo a ser exterminado, e sim como pessoas que devem ter o direito de viver