Energia em Equilíbrio

Posições da mão que curam

Mãos se tocando
Juan Pablo Serrano Ar / Pexels
Escrito por Eu Sem Fronteiras

Todos somos uma pequena porção do Universo. Isso quer dizer que estamos em constantes trocas energéticas com os outros e com o Todo. Mas também significa que, assim como o Universo é, para nós, o macrocosmo, nós também somos um grande universo para tudo que está contido em nosso interior (nossas células, por exemplo).

Esse é um conceito presente em práticas orientais como o Yoga e o budismo, que afirmam que o que existe no micro também existe no macro. O que leva à ideia de que o fluxo de energia ocorre de forma harmoniosa tanto de fora para dentro como de dentro para fora.

É desse equilíbrio que resulta a plena saúde. E para permitir que nós – o microcosmo – nos harmonizemos com o Universo, que é o todo, o macrocosmo, existem várias técnicas, muitas delas realizadas durante diversas práticas e terapias orientais. Uma dessas técnicas são os mudras. Se você nunca ouviu falar deles, acompanhe o artigo, que traz todos os detalhes sobre esses gestos que são verdadeiros tesouros para a nossa energia vital.

O que são os mudras?

A Yoga, prática meditativa física e mental de origem no Oriente, e a Ayurveda, ciência média tradicional da Índia, propõem que as mãos podem ser moldadas em certas posições, os Mudras, os quais são capazes de criar canais de interação entre corpo, mente e universo, e gerar a cura do ser.

As duas correntes orientais estudam o corpo humano através dos 5 elementos da Terra: a água, o fogo, a terra, o ar e o espaço. Eles seriam manifestados de diferentes maneiras em nosso corpo, e a consciência e manejo das funções fisiológicas, de acordo com o Universo e seus componentes, podem gerar efeitos práticos no homem, como a cura de doenças.

Assim como a Yoga, a prática dos Mudras leva um certo período de aprendizado e evolui ao longo do tempo. Quando o praticante vai descobrindo o funcionamento das partes de seu corpo e o benefício possível por esse exercício, passa a ter saúde mais plena e controlada.

Como funcionam os mudras?

Quando se trata do posicionamento das mãos, são considerados alguns pontos de divisão dos elementos principais pelos dedos. O dedo indicador representa o ar, o dedo médio o espaço, o anular representa a terra, o mínimo a água e o polegar o fogo.

Mão com reflexo de um arco iris
Valeria Boltneva/Pexels

As posições podem ser executadas durante a prática de Yoga e meditação ou simplesmente no dia a dia, a fim de beneficiar as funções biológicas do corpo humano. Confira as principais posições e seus efeitos:

Linga Mudra

Conhecido como o “Mudra do Calor”, esta posição é feita com os dedos entrelaçados e o polegar da mão esquerda estendido. O polegar direito irá envolver o esquerdo, que aponta para cima, fazendo com que ele toque o dedo indicador direito.

Este Mudra fornece calor ao corpo, sendo benéfico em situações de resfriado e congestão. Fortalece os pulmões e equilibra as funções fisiológicas, principalmente por meio da melhora respiratória.

Prithvi Mudra

Com o nome de “Mudra da Terra”, esta posição dá força ao corpo e à mente, promove limpeza espiritual e também física, visível na melhora da pele e outras funções do corpo.

Para fazer esse Mudra, o dedo anelar deve tocar o polegar com a ponta e os outros dedos ficam para fora, em linha reta.

Gyan Mudra

Pessoa fazendo Gyan Mudra em frente a um computador
Gyan Mudra/123RF

Este Mudra é o “Mudra do Conhecimento”. O dedo indicador encosta na extremidade do polegar e os outros dedos ficam eretos.

O Mudra do Conhecimento traz melhoras na memória, auxilia na prática da meditação, no humor e promove calma e consciência. Em sentido mais biológico, atua nas glândulas endócrinas e pituitária.

Surya Mudra

O “Mudra do Sol” estimula a tireoide, auxiliando no bom funcionamento do metabolismo, controle de peso e apetite. Ajuda também no estresse e ansiedade, assim como no sistema digestivo.

Para fazer o Surya Mudra, você precisa posicionar o anelar sob o polegar e manter os outros dedos alinhados.

Varuna Mudra

Também chamado de “Mudra da Água”, esta posição consiste no dedo mindinho tocando o polegar e os outros dedos eretos.

O Mudra da água é responsável pela filtração do corpo, melhorando problemas como a retenção de líquidos. Pode ajudar em problemas intestinais, como a prisão de ventre e cólicas menstruais, assim como auxilia para um ciclo mais regulado na mulher. O Varana Mudra contribui também para o controle emocional e psicológico nas pessoas.

Apana Vayu Mudra

Este Mudra atua no coração, protegendo-o e fortalecendo-o. Além disso, pode agir na redução de azia, problemas gastrointestinais e gases.

Mão aberta voltada para cima
Pixabay/Pexels

Para praticar este Mudra, deve-se fazer com que o dedo indicador se dobre até alcançar o polegar, sendo que a curva dos dedos anelar e médio também tocam a ponta do polegar.

Prana Mudra

Com o dedo anelar e o mindinho dobrados, eles devem chegar até o polegar. O dedo indicador e também o dedo médio ficam eretos em direção ao teto.

Esta posição das mãos fortalece o corpo e mente, por isso é conhecido como “Mudra da Vida”. Tem o poder de motivar e proteger o espirito, auxiliar na execução de atividades e ajudar nas decisões difíceis. Atua também na disposição do corpo, melhora da visão e respiração.

Vayu Mudra

O Mudra do Ar é feito quando o polegar fica sob o dedo indicador e os outros dedos ficam retos.

Este Mudra acalma estresses e ansiedades, também ajuda na tomada de decisões e deixa-nos mais pacientes e calmos.

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Apana Mudra

Este posicionamento contribui diretamente no sistema digestivo. Controla o sistema excretor, desintoxica e ajuda no funcionamento regular do intestino. Pode ser um grande auxiliar em casos de intestino preso e também hemorroidas.
Para realizar este Mudra, posicione o dedo médio e o anelar sob o polegar. O dedo mindinho e o indicador apontam para cima.

Shunya Mudra

No “Mudra do Vazio”, o polegar toca o dedo médio e pressiona-o para baixo. Os outros dedos apontam para cima. Este Mudra auxilia no desempenho físico, diminuindo a fadiga. Auxilia na concentração, entendimento e também autoconfiança. Além disso, pode ser eficaz contra as dores de ouvido.

Mudras e os chakras

Estando os mudras ligados às energias que circulam por nosso corpo, e sendo seu maior objetivo unir as energias cósmica, espiritual e atômica, sua relação com os chakras — que são os centros energéticos que regem certos órgãos nossos — é bem evidente e benéfica ao nosso organismo.

Sendo assim, os mudras são instrumentos essenciais para energizar e equilibrar os chakras. Isso nos permite liberar poderes ilimitados e atrair aquilo que desejamos. Há um mudra específico para cada chakra:

Chakra básico

Toque o polegar com o dedo indicador. Foque o chakra básico, que se situa na base da coluna vertebral, no períneo. O mantra é LAM (pronúncia longa: “laaaaam”).

Chakra sacral

Mão branca feminina.
Suborna Jahan / Unsplash

Com as mãos repousadas sobre o colo e as palmas voltadas para cima, uma sobre a outra (de preferência, a esquerda por baixo), encoste as pontas dos dois polegares. Concentre-se no chakra, que se situa na altura do sacro, e recite o mantra VAM (longamente: “vaaaaam”).

Chakra do plexo solar

Posicione as mãos entre o coração e o estômago. Una as pontas dos dedos, colocando um polegar sobre o outro. Mantra: RAM (pronúncia longa: “raaaaam”).

Chakra cardíaco

Encoste o polegar no indicador. Faça isso com as duas mãos, sendo que a direita deve estar encostada no peito, e a esquerda deve estar repousada sobre o joelho esquerdo. O mantra é YAM (som longo: “yaaaaam”).

Chakra laríngeo

Chakra laríngeo

Posicione as mãos na altura do estômago, entrelace os dedos (menos os polegares, que devem estar se tocando. O mantra é HAM (recite longamente: “haaaaam”).

Chakra frontal

Coloque as mãos na frente do peito, estique os dedos médios – que devem se tocar no alto – e flexione os outros dedos. O mantra é OM (longo: “oooooom”).

Chakra coronário

Una as mãos na altura do estômago e entrelace os dedos, exceto os mindinhos, que devem estar para cima, tocando-se no alto. O mantra é AUM (pronuncie-o longo: “aaaaauum”).

Mudras e a respiração

Além de atuarem no sistema respiratório, facilitando a utilização completa dos pulmões, os mudras também podem ser potencializados por meio da respiração (não só atuando sobre ela, como também a usando como um meio de equilibrar as energias e aperfeiçoar seus efeitos).

Palmas de mãos.
Luis Quintero / Unsplash

Na prática do Yoga, por exemplo, os mudras são muito usados em conjunto com uma técnica de respiração chamada pranayama (“prana” = “energia vita”, “sopro de vida”; “yama” = “caminho”), que consiste em exercícios de manipulação da respiração.

Existem vários tipos de pranayamas, e os benefícios, aliados aos mudras, são inúmeros: redução do estresse, melhora na digestão, na pele e no sistema linfático, purificação dos tecidos, limpeza dos pulmões, redução da depressão e da ansiedade, entre outros.

Como você pôde perceber, as suas mãos são o caminho para a sua cura. Cada mudra realizado tem o poder de trazer equilíbrio para o seu corpo, alinhamento e harmonização dos chakras e, por consequência, mais saúde global – tanto física, como espiritual e mental –, para que você tenha uma vida mais plena e prazerosa. Cuidar de si depende apenas de você!

Como utilizar as mudras no dia a dia

Ao compreender o que são as mudras e como elas podem ser benéficas para o seu corpo, é compreensível que você queira praticá-las com frequência. Mas será que você pode fazer isso sem uma preparação? Informe-se de forma aprofundada sobre o assunto!

Em primeiro lugar, para que as mudras realmente façam efeito você deve praticá-las de duas a três vezes por dia, por cerca de 15 minutos. Então se você quer estimular mudanças em uma parte específica do seu corpo, basta identificar a mudra associada a ela e realizá-la com a frequência indicada.

No entanto você não pode simplesmente reproduzir as mudras e esperar que elas funcionem. Na verdade, é preciso que você encare esse processo como uma meditação. Isso significa que, ao realizá-las, você deve esvaziar a sua mente para dedicar uma atenção completa à postura das suas mãos.

Mão fazendo Gyan Mudra
Brand X Pictures / Photo Images / Canva

Além disso, é importante que você tenha bastante consciência corporal e mental ao incorporar as mudras à sua rotina. Para desenvolver essa habilidade, você vai precisar de tempo e de bastante concentração. Então evite realizar essa prática em ambientes barulhentos ou com muitas distrações.

Nesse sentido, a maneira ideal de utilizar as mudras no dia a dia é identificar aquela que se aplica melhor ao seu objetivo, manter-se fiel à frequência com a qual ela deve ser realizada e praticar em um local tranquilo, limpo e no qual você sinta bastante conforto. Dessa forma, você sentirá mudanças muito positivas no seu bem-estar! A seguir, confira as principais mudras que você pode incorporar ao seu cotidiano:

  1. Vayu Mudra: controlando pensamentos e a atividade mental, essa postura é recomendada para tratar doenças reumáticas e as relacionadas ao sistema nervoso.
  2. Surya Mudra: dor de cabeça, ansiedade, depressão e cansaço podem ser aliviados com essa mudra, que libera muita energia no corpo.
  3. Prana Mudra: para absorver os nutrientes do seu corpo e ativar o cérebro, tal postura será de grande ajuda, também fortalecendo o sistema imunológico.
  4. Guiana Mudra: ideal para combater a ansiedade, essa mudra consegue controlar os seus pensamentos e os seus sentimentos, agindo especificamente no sistema emocional.
  5. Yoni Mudra: favorece a conexão com a sua essência, porque concentra a sua atenção no seu interior, como se os outros órgãos do seu corpo ficassem adormecidos por um período.

A partir de cada informação que apresentamos, é possível compreender que as mudras são posturas de mãos realizadas na prática de Yoga. Com elas, é possível concentrar as energias do corpo em algum órgão específico, para equilibrá-lo. Assim, qualquer pessoa que treine esses gestos será capaz de sentir mudanças positivas na própria saúde. Experimente incorporar as mudras na sua rotina para renovar sua conexão com você mesmo(a)!

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