O Tarot é uma ferramenta divinatória e de autoconhecimento que trabalha com a tiragem de cartas (os Arcanos), para nos fornecer um vislumbre do futuro ou mesmo nos ajudar a tomar decisões mais assertivas, com base em seus prognósticos, proporcionando clareza para lidar com situações do cotidiano. Ao longo de sua história, diversas outras variações foram surgindo, cada uma com seus propósitos e simbologias. Uma dessas variações é o Tarot das Bruxas.
E é sobre esse baralho da bruxaria moderna que vamos falar. Neste artigo, você vai conhecer a origem e a história desse magnífico Tarot, identificando os nomes dos Arcanos, bem como os elementos e símbolos que costumam aparecer nessas cartas.
Ah! E também vai descobrir como jogar esse Tarot. Com isso, poderá obter todas as respostas de que precisa e tirar o melhor proveito das energias dele, para levar a vida com mais assertividade e autoconfiança e se conhecer melhor. Continue a leitura para despertar a bruxa que há em você!
O que você encontrará nesse artigo:
Conhecendo a origem do Tarot das Bruxas
Assim como o Tarot convencional, esse baralho também não tem uma origem precisa, já que sua base é a sabedoria ancestral das bruxas, que nos acompanha há milênios, ao longo de toda a nossa existência.
Uma história que se cruza com as origens desse baralho é a da vidente e escritora norte-americana Ellen Dugan. Em seu livro “O Tarô das Bruxas”, ela conta que fazia a tiragem do Tarot tradicional e notou que algumas cartas que caíam em uma dada posição, na leitura, diziam basicamente a mesma coisa, independentemente de quem fosse o consulente.
Então, passou a usar as cartas para fazer uma leitura mais específica, já que acreditava que cada uma delas tinha uma história e a capacidade de evocar um simbolismo mais abrangente.
Ellen já tinha alguns baralhos com temática de bruxas, mas acabou concebendo um novo design para as cartas. Certamente essa não é a história do primeiro baralho do gênero, mas deu origem a esse que é um dos mais conhecidos e utilizados no mundo, quando o assunto é Tarot inspirado na bruxaria.
Segundo a autora, as cartas são baseadas no clássico Tarot Rider-Waite-Smith, um dos mais utilizados no mundo. No entanto, esse traz novos elementos para as cartas tradicionais, reunindo fundamentos da mitologia pagã e elementos da bruxaria.
Com base nisso, a interpretação de suas cartas leva em consideração os elementos naturais que aparecem nas figuras. Esse deck contém o mesmo número de cartas (ou Arcanos) que o padrão do Rider-Waite-Smith.
Porém, há algumas pequenas distinções entre as cartas tradicionais e as que compõem o Tarot das Bruxas, em especial na nomenclatura de algumas. Veja, a seguir.
As cartas que compõem o Tarot
A divisão desse baralho também segue a linha do Tarot de Waite: são 78 cartas, divididas em 22 Arcanos Maiores (que trazem as figuras arquetípicas) e 56 Arcanos Menores (representados pelos quatro naipes: copas, espadas, paus e pentáculos), adaptadas para as simbologias dessa que é considerada, por muitos, a antiga religião.
Além disso, algumas cartas trazem nomenclatura diferente da contida nos decks convencionais. Sendo assim, nos Arcanos Maiores, temos: “O Karma”, no lugar de “A Justiça”; “Os Amantes”, em vez de “Os Enamorados”; “A Roda do Ano”, e não “A Roda da Fortuna”; “A Sombra”, no lugar de “O Diabo”.
As cartas trazem também elementos associados às bruxas e que são importantes para os seus rituais. Mais à frente, dedicaremos um tópico para listar alguns desses símbolos. Veja, a seguir, uma breve apresentação dos Arcanos Maiores desse fabuloso e mágico Tarot.
Significado dos Arcanos Maiores
Os Arcanos Maiores são as 22 cartas mais importantes de todo o Tarot. Eles representam os arquétipos humanos e simbolizam as lições de vida e a nossa evolução (envolvendo pessoas e situações, basicamente). Dispostos, em ordem numérica crescente (de 0 a 21), constituem uma narrativa simbólica: a jornada do Louco.
É o próprio Louco que dá início a essa jornada, já que ele corresponde à carta de número zero. Aqui, temos a imagem de um jovem sem preocupações e aberto às experiências. Ao longo do caminho, apresentam-se as outras cartas, trazendo aprendizado e evolução. O itinerário se encerra com a carta O Mundo.
Conheça, a seguir, cada uma dessas cartas, que dão sua rica contribuição para a construção da nossa trajetória de desenvolvimento pessoal.
O Louco/A Louca (zero): novas ideias, “siga a sua alegria”, ousadia, salto da fé; irresponsabilidade, imprudência. Associação astrológica: Urano. Divindades: não há; representa a Humanidade.
O Mago/A Bruxa (Carta I): conexão, magia elemental, persistência, poder pessoal; falta de convicção, magia usada para manipular. Associação astrológica: Mercúrio. Divindades: Hermes, Thoth e Mercúrio.
A Suma-Sacerdotisa (Carta II): a deusa-donzela, neutralidade, sabedoria, conhecimento interior, intuição, energias da Lua Nova/Crescente; desarmonia, emoções reprimidas. Associação astrológica: Lua. Divindades: Ártemis, Diana e Perséfone.
A Imperatriz (Carta III): a deusa-mãe, poder feminino e da natureza, amor, maternidade, sexualidade, fertilidade, energias da Lua Cheia; problemas no lar e no amor, infertilidade. Associação astrológica: Vênus. Divindades: Afrodite/Vênus, Deméter, Gaia, Inanna, Isis, Selene e Mãe Natureza.
O Imperador (Carta IV): liderança, figura paterna, pai e/ou marido amável, energia masculina, autoridade, razão, proteção; falta de disciplina, autoritarismo, sentimento de inferioridade. Associação astrológica: Áries. Divindades: Zeus, Júpiter e Osíris.
O Sumo-Sacerdote (Carta V): aconselhamento, sabedoria, favorecimento dos estudos; tomada de decisões ruins ou de forma apressada; conselhos inadequados. Associação astrológica: Touro. Divindades: Júpiter, Mitra, Hórus.
Os Amantes (Carta VI): amor sexual, beleza, romance, compromisso, cura pelo amor; problemas de relacionamento, brigas e desentendimentos. Associação astrológica: Gêmeos. Divindades: Eros e Psique, Isis e Osíris.
O Carro (Carta VII): ambição, foco, força de vontade, liderança; dispersão, medo de se comprometer. Associação astrológica: Câncer. Divindades: Apolo, Ártemis e Hélio.
A Força (Carta VIII): poder pessoal, calma, autocontrole, confiança, firmeza de caráter; sensação de desamparo, inibição, dúvida, medo, problemas com controle. Associação astrológica: Leão. Divindades: Apolo e Hélio.
O Ermitão (Carta IX): reflexão, meditação, intuição, solitude, iluminação; sensação de isolamento; solidão. Associação astrológica: Virgem. Divindades: Hermes e Saturno.
A Roda do Ano (Carta X): boa sorte, energias e magias das estações do ano, força das sabás e esbás (rituais solares e lunares, respectivamente, do calendário wiccano); má sorte, falta de conexão, especialmente com a natureza. Associação astrológica: Júpiter. Divindades: Fortuna e Arianrhod.
A Justiça (Carta XI): assuntos jurídicos, causa e efeito, honestidade, igualdade, equilíbrio; revés, morosidade, injustiça. Associação astrológica: Libra. Divindades: Atenas, Maat e Têmis.
O Enforcado (Carta XII): transição, tranquilidade, abertura a mudanças, iniciação, novas perspectivas; estagnação, empacamento. Associação astrológica: Netuno. Divindade: Odin.
A Morte (Carta XIII): transmutação, mudanças, começos e encerramentos, ciclo da vida e da natureza, regeneração; ajustes impactantes, mudanças traumáticas. Associação astrológica: Escorpião. Divindades: Hades, Plutão e Hela.
A Temperança (Carta XIV): moderação, tato, contenção, restauração do equilíbrio, cura espiritual; conduta desequilibrada. Associação astrológica: Sagitário. Divindades: Íris e Hebe.
A Sombra (Carta XV): defesa contra magia perniciosa, superação de medos; opressão, trapaça, ilusão, decepção. Associação astrológica: Capricórnio. Divindades: Pã e Veles.
A Torre (Carta XVI): mudança drástica, revelação de segredos, alteração de planos, revolução, remoção de bloqueios espirituais; discussões, frustração, feridas. Associação astrológica: Marte. Divindades: Marte, Zeus e Thor.
A Estrela (Carta XVII): intuição, esperança, paz, realização de desejos, sabedoria, cura, criatividade fluente; dúvidas, bloqueios espirituais, derrotismo. Associação astrológica: Aquário. Divindades: Vênus, Ísis, Thoth, Astreia, Ishtar e Nut.
A Lua (Carta XVIII): a deusa-anciã, magia de proteção, sabedoria por meio da vivência, intuição, renovação, energia da Lua Minguante; confusão, ansiedade, medo, desilusão. Associação astrológica: Peixes. Divindade: Hécate.
O Sol (Carta XIX): vigor, júbilo, entusiasmo, sucesso, vitalidade, amizade, realização, a energia dos solstícios e equinócios; necessidade de ser o centro das atenções, competitividade. Associação astrológica: Sol. Divindades: Apolo, Hélio, Brígida, Sunna.
O Karma (Carta XX): renovação, consciência espiritual profunda, destino, carma, reflexão sobre acontecimentos do passado; remorso, causa e efeito (“aqui se faz, aqui se paga”), erro de julgamento. Associação astrológica: Plutão. Divindade: Hórus.
O Mundo (Carta XXI): renascimento, plenitude, realização, regozijo, jornada bem-sucedida, conexão espiritual; menosprezo pela magia natural, demora para finalizar projetos. Associação astrológica: Saturno. Divindade: Gaia, O Homem Verde.
Elementos comuns nas cartas
Veja quais são os elementos que aparecem tanto nos Arcanos Maiores quanto nos Arcanos Menores:
- Gato: figura comum na bruxaria, representa percepção, poderes mediúnicos e mistério.
- Corvo: mistério, magia e sagacidade.
- Dragão: criatura que representa a magia mais antiga.
- Libélulas: ilusão.
- Fadas: conexão profunda com a magia do mundo natural.
- Jardins: são lugares mágicos, que simbolizam o nosso atual caminho espiritual.
- Globos ou esferas: assuntos e preocupações terrestres.
- Lagos e lagoas: refletem a luz do Sol, da Lua e os nossos pensamentos.
- Lemniscata (símbolo do infinito): representa a natureza cíclica da energia.
- Sereias: seres elementais da água, simbolizam anseios, sexualidade e curiosidade.
- Lua: poder físico, energia feminina, intuição e magia.
- Montanhas: desafios, triunfo e perseverança.
- Oceanos e mares: possibilidades infinitas, sabedoria infinita, mistério.
- Pentagrama: usado pelas bruxas como um talismã de proteção e como encanto, simboliza os elementos da natureza (Ar, Terra, Fogo e Água) e o espírito.
- Arco-íris: esperança, milagres e magia.
- Rios e cursos d’água: força motriz da vida, jornadas e oportunidades e fluxo de emoções.
- Rosa: símbolo mágico de amor, encanto e esperança.
- Cetro: soberania.
- Caveiras: promessa de nova vida, mudança e transição.
- Estrela: iluminação, esperança, destino, influências astrológicas.
- Sol: energia masculina, força, luz e poder.
- Lua Tripla: o clássico símbolo bruxesco da Deusa Tríplice (a Donzela, a Mãe e a Anciã).
- Varinha: ferramenta mágica usada para atrair e direcionar energias
- Varinha de espinheiro: neste baralho, o naipe de paus é representado por um ramo de espinheiro, que tem poderes mágicos, simbolizando proteção e fertilidade.
- Cachoeiras: fluxo vigoroso das emoções e mudanças.
- Ondas: movimento da emoção.
- Lobo: imagem do líder, guia, professor e desbravador.
Como jogar o Tarot das Bruxas
Se você se encantou com tudo o que viu até aqui e quer se aventurar numa tiragem, trouxemos uma dica simples, já que, como em todo baralho oracular, há mais de uma forma de leitura. Confira:
- Embaralhe as cartas.
- Espalhe-as viradas para baixo.
- Diga em voz alta: “O que eu preciso muito saber?”
- Então, escolha uma carta. Você pode fazer pela intuição ou de forma aleatória.
- Assim que escolher, vire a carta e veja a sua resposta.
Você pode formular outras perguntas mais específicas, desde que elas sejam objetivas. De preferência, escolha um lugar tranquilo e esteja com a mente serena. Interprete as respostas como aprendizado e evolução.
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O Tarot das Bruxas conecta você com a sabedoria ancestral, além de fortalecer sua intuição, sua espiritualidade e seu autoconhecimento. Ele emana a energia dos elementos da natureza e do Sagrado Feminino, trazendo simbologias e elementos poderosíssimos. Não deixe de vivenciar essa jornada de autodescoberta e contato com seu eu interior. Mergulhe no poder da magia!
